Mineradoras criam plano para investir em start ups
16/11/18
Doze das maiores mineradoras com operações no Brasil farão um investimento inédito para tentar encontrar soluções para desafios do setor. Serão R$ 5,8 milhões em um projeto que pretende financiar start ups que inovem nas áreas de segurança e saúde ocupacional, gestão da água, fontes de energia alternativa; eficiência operacional e gestão de resíduos.
Para Gustavo Henrique Roque, gerente de gestão e inovação da mineradora Ferrous, essa proximidade no trabalho diário dará agilidade ao desenvolvimento dos projetos. “Podem aparecer soluções que a gente nunca imaginou”, disse ao Valor.
A Ferrous é uma das mineradoras que participam do projeto, além de proponente da iniciativa. As outras participantes são Anglo American, AngloGold Ashanti, ArcelorMittal, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Gerdau, Kinross, Nexa, Samarco, Usiminas e Vale.
Cada uma delas vai bancar com R$ 100 mil uma start up por períodos de três a quatro meses. Ao todo serão até 42 iniciantes em 2019. Os projetos que se mostrarem viáveis e que suscitem interesse poderão ser contratados pelas mineradoras. O edital com regras para a seleção será divulgado do dia 27.
As selecionadas vão trabalhar numa unidade da We Work – especializada em coworking – que será inaugurada em dezembro em Belo Horizonte. Essa nova unidade ocupará seis andares de um edifício na região da Savassi, área nobre da capital mineira. Em janeiro, começa a funcionar em um dos andares, o espaço batizado de Hub da Mineração. É lá que estarão os empreendedores das start ups ao lado de representantes das mineradoras e de empresas fornecedoras.
“A expectativa é que cerca de 300 start ups se apresentem para tentar participar do Hub da Mineração”, diz Bruno Scolari, responsável pelo We Work Lab em Belo Horizonte. O We Work Lab é o braço da We Work que busca conectar start ups com grandes companhias.
a primeira vez que grandes empresas do setor se unem entorno de uma iniciativa desse tipo é também a primeira vez que a We Work terá em seus espaços um setor econômico reunido com start ups nos moldes do que está sendo projetado para Minas Gerais. Ao lado do Pará, Minas é o maior polo de mineração do país.
Mineradoras e seus fornecedores investem há muito tempo em seu corpo próprio de funcionários com vistas a desenvolver melhorias de processo e produção. Mas para Wendel Gomes da Silva, gerente geral da mineração da Gerdau, a nova parceria vai ampliar o portfólio de soluções.
“Buscamos start ups que tragam novas ideias e soluções inovadoras e disruptivas para nossos negócios, como parte da estratégia de inovação e da transformação digital que está em curso na Gerdau”, disse. “Estamos atentos a todos os potenciais parceiros que possam contribuir com nossos desafios.” A We Work foi fundada em 2010 em Nova York e está presente em 23 países. Seu faturamento neste ano deverá ser de US$ 2,3 bilhões. A empresa chegou ao Brasil em 2017 e tem onze unidades, em São Paulo e no Rio.
Roque, da Ferrous: “Podem aparecer soluções que a gente nunca imaginou”