Legado Verdes do Cerrado, da CBA, comemora um ano de atividades
29/03/18
Como contribuir com o reflorestamento das nascentes dos rios com mudas produzidas em viveiro? Quais são as principais espécies florísticas do Cerrado? As respostas para essas e outras indagações marcaram o primeiro ano de atividades realizadas no Legado Verdes do Cerrado (LVC), única Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável da região Centro-Oeste, localizada em Niquelândia-GO. Com 32 mil hectares, o LVC é mantido e conservado há mais de 40 anos pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), e gerido pela Reservas Votorantim, empresa que administra os ativos ambientais da Votorantim S.A.
A área é um grande laboratório de pesquisa a céu aberto para estudantes e profissionais que desenvolvem projetos relacionados ao Cerrado, além de ambiente para projetos da nova economia que convivem harmonicamente com atividades convencionais, como plantação de soja e criação de gado. É essa união que diferencia o modelo de gestão participativa do Legado Verdes do Cerrado, onde há geração de valor compartilhado para a sociedade e a empresa.
Parcerias – Em um ano de atividades da reserva, as parcerias firmadas viabilizaram pesquisas para aprimorar as ações de conservação ambiental, além de fomentar a geração de conhecimento público científico. Entre as instituições parceiras, estão: Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Universidade de Brasília (UnB), Unidade Integrada Sesi Senai de Niquelândia, entre outras.
“A troca de experiências e a soma de esforços possibilitam desenvolver ações que proporcionam vários benefícios. As parcerias firmadas geram conhecimento sobre a fauna e a flora locais, além de impulsionar a conscientização da sociedade, uma vez que as pesquisas realizadas se tornam públicas e podem ser consultadas para basear outras iniciativas em prol da proteção do meio ambiente”, afirmou David Canassa, diretor da Reservas Votorantim.
Mapeamento do Rio Traíras
Pesquisa realizada no LVC por alunos do curso Tecnologia em Mineração da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Niquelândia, já contabiliza resultados positivos. Iniciada em 2017, a pesquisa que consiste no mapeamento do Rio Traíras já rendeu o artigo científico: Avaliação de Impacto Ambiental das Águas do Rio Traíras na Reserva Legado Verdes do Cerrado (LVC) no Município de Niquelândia, Goiás, Brasil. O artigo foi aceito para compor um dos capítulos do livro “Água – Desenvolvimento Sustentável e Compartilhamento”, lançado no Fórum Internacional da Água, realizado de 18 a 23 de março.
Uma das principais autoras do artigo, a professora e orientadora Cássia Monalisa dos Santos, explica que a pesquisa no Rio Traíras tem como objetivo caracterizar a qualidade da água, desde a nascente até a captação para abastecimento, utilizando técnicas de amostragens de água e análises físico-químicas e microbiológicas. Durante a pesquisa, o Legado Verdes do Cerrado fornece a infraestrutura necessária, como botes, remos, GPS, máquinas fotográficas e o software Quantum GIS (QGIS), que cria mapas com várias camadas usando diferentes projeções.
O mapeamento deve ser concluído em 2023 e as informações levantadas irão facilitar as atividades de recuperação ambiental, além de deixar um legado inédito para a região. “Ainda não existe estudos sobre as reais dimensões e extensão do Rio Traíras. Esse trabalho possibilitará criar um banco de dados essencial para planejar ações de monitoramento da qualidade da água e de recuperação de áreas degradadas. Para a UEG, que tem em sua tríade a pesquisa como base de sustentação, essa é uma oportunidade de trazer para a comunidade científica e também para a sociedade o conhecimento da principal fonte de abastecimento de Niquelândia”, ressaltou Cássia.
Viveiro Engenho
Por meio de parceria com a Faeg Jovem de Niquelândia, criada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o Legado Verdes do Cerrado realiza o “Programa de Preservação, Recuperação e Conservação das Nascentes em Niquelândia”, que consiste no levantamento de áreas que necessitam de atividades de recuperação. As áreas são revegetadas com mudas nativas cultivadas no Viveiro Engenho, no LVC. Em 2017, foi recuperada a nascente do Córrego Aeroporto, que recebeu 600 mudas. Já na nascente do Córrego Entre Vias foram plantadas 150 mudas. O Legado fornece os materiais para o plantio e orienta os trabalhos de recuperação.
O Viveiro Engenho conta com mais de 30 mil mudas de espécies nativas e frutíferas. Entre as espécies cultivadas, estão: copaíba, aroeira, angico, pitomba, guariroba, jacarandá e ipê. O Viveiro possui também um banco de sementes para, em breve, aumentar sua capacidade produtiva para atender a demanda por mudas de parceiros, instituições, proprietários rurais e também prefeituras, em projetos de recuperação e paisagismo urbano.
“A ampliação possibilitará o cultivo de até 120 mil mudas, o que também abre portas para aumentar a variabilidade de espécies e intensificar a produção das que têm alto valor cultural e comercial, como, por exemplo, o baru e o pequi, que já até esteve ameaçado de extinção”, disse Giuliano Deyvison Borges Alves, analista ambiental do Legado Verdes do Cerrado.
O Legado Verdes do Cerrado fomenta ainda projetos para novas atividades que possibilitarão aos moradores da região e turistas vindos de outras localidades uma vivência no Cerrado. “Estamos nos estruturando para oferecer atividades de Ecoturismo e Estudo do Meio, por exemplo. Iniciativas que permitem o contato direto com a natureza. Entendemos que a melhor forma de criar a cultura da conservação é permitir que as pessoas conheçam e vejam o valor de uma área conservada”, reforça Canassa.
Para a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), proprietária da área e responsável pela criação do Legado Verdes do Cerrado, os avanços e conquistas refletem os objetivos traçados pela companhia há um ano, quando acreditou-se na nova economia como uma fonte de desenvolvimento social e econômico. “A CBA tem como um de seus pilares o respeito à natureza e as comunidades. Nós mantínhamos esse território conservado desde 1940 e a decisão de criar o Legado Verdes do Cerrado mostrou-se acertada, pois diversos resultados positivos foram alcançados em pouco tempo, gerando cadeias produtivas e fomentando a ideia que é possível iniciativa privada, poder público e universidades trabalharem juntos pelo bem comum”, afirma o presidente da CBA, Ricardo Carvalho.
Sobre o Legado
O Legado Verdes do Cerrado é composto por dois núcleos: Engenho, com nascentes de três rios (Peixe, São Bento e Traíras, de onde é captada toda a água de abastecimento público de Niquelândia), e Santo Antônio Serra Negra, localizado nas proximidades do Lago da Serra da Mesa.
Além de ser um espaço para pesquisa sobre a fauna e flora do Cerrado, o Legado conta com atividades dedicadas à pecuária, produção de soja e silvicultura. O projeto inclui ainda o desenvolvimento de mudas de frutos do cerrado e de reflorestamento, educação ambiental, ecoturismo e apicultura.
Outros parceiros e apoiadores do Legado Verdes do Cerrado são o Instituto Votorantim, as Reservas Votorantim, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Embrapa Cerrado, a Conservação Internacional, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg),o Sindicato Rural de Niquelândia e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás).
Sobre a CBA
Fundada em 1955, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) é a mais tradicional e a primeira indústria nacional fabricante de alumínio do País. A Companhia, pertencente ao portfólio de negócios da Votorantim S.A, é também a única da América Latina a atuar com operação totalmente integrada, realizando desde o processamento de bauxita até a produção de alumínio primário (lingotes, tarugos, vergalhões e placas) e de transformados (chapas, bobinas, folhas e perfis). Com sede localizada na cidade de Alumínio (SP), onde ocupa 700 mil m² de área construída, a CBA também possui três plantas de mineração de bauxita, instaladas nos municípios de Miraí, Itamarati de Minas e Poços de Caldas, em Minas Gerais, além de uma empresa de reciclagem de alumínio, na cidade de Araçariguama (SP). A atuação da CBA está voltada, principalmente, para prover soluções e serviços para a indústria brasileira com foco nos setores de embalagens e transportes; bem como para os mercados de bens de consumo, energia e construção civil através de parceiros estratégicos. Com a reestruturação organizacional realizada em julho de 2016, a gestão das operações do Níquel passou a ser responsabilidade da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Em 2017, a CBA investiu cerca de R$ 10 milhões em Goiás, entre iniciativas de preservação ambiental, como o Legado Verdes do Cerrado e a manutenção de nascentes de cursos d’água da região, além de iniciativas para incentivar o desenvolvimento de Niquelândia e região.