Práticas socioambientais
23/01/08
As 85 práticas de excelência são reconhecidas e registradas em publicação como exemplosHá quatro anos, o Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro vem selecionando e compartilhando o que há de melhor em conhecimento socioambiental aplicado por organizações de diferentes segmentos de atuação, em todo Brasil. Neste período, 220 empresas inscreveram 297 casos, dos quais 85 foram consideradas práticas de excelência pelas comissões julgadoras.No segundo semestre de 2007, foi lançado o ´BenchMais´, uma publicação que reúne a memória dessa trajetória, com o resumo desses 85 casos selecionados, o perfil, a metodologia, a qualificação dos membros das comissões julgadoras e artigos escritos por especialistas na área. A publicação destaca o resultado de aproximadamente R$ 7 bilhões em investimento, de 71 empresas, entre 2003 e 2006.Publicado com o patrocínio da Alcoa, Alumar, Ambev, BASF, Mantercop, Prefeitura Municipal de Poços de Caldas, Rede Globo e Sabesp, e o apoio da Klabin, os primeiros cinco mil exemplares estão sendo distribuídos gratuitamente entre bibliotecas universitárias, diretores e coordenadores de cursos de graduação e pós-graduação e formadores de opinião, entre outros.A realização é da Mais Projetos com o Instituto Envolverde e a Ruschel & Associados Marketing Ecológico, editado por Adalberto Wodianer Marcondes, Marilena Lavorato e Rogerio Raupp Ruschel.Professor titular emérito do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Câmara Técnica de Biodiversidade e Fauna do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), Paulo Nogueira Neto destaca, no prefácio do ´BenchMais´, a importância de uma ´visão ambiental construtiva´. ´Divulgar acertos e possíveis soluções é muito valioso para resolver problemas relacionados ao uso dos recursos ambientais e para melhorar as nossas condições de vida´, escreve.Marilena Lino de Almeida Lavorato, diretora da Mais Projetos, coordenadora do Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro e co-editora do livro ´BenchMais´, destaca a necessidade de uma nova postura e uma relação mais estreita pelo limite dos sistemas social, natural e econômico.´Tivemos na empresa o surgimento das práticas gerenciais voltadas às questões socioambientais. Dentro do contexto gerencial surgiu a ferramenta Benchmarking, um processo sistemático e contínuo par avaliar produtos, serviços e processos das organizações que são reconhecidas como representantes das melhores práticas com o propósito de realizar melhorias organizacionais. Trata-se de uma identificação dos melhores modelos de gestão e, a partir daí, por meio de comparações de performances e métodos, proporcionar o nivelamento técnico gerencial desta área corporativa´, explica Marilena Lavorato.Como se expressa Rogerio Ruschel, presidente da Ruschel & Associados Marketing Ecológico e co-editor do ´BenchMais´, ´dirigir a empresa em busca da sustentabilidade socioambiental já não é mais uma iniciativa derivada da política de boa vizinhança ou de uma decisão de executivos ´bonzinhos´, mas uma demanda inexorável do mercado e do ambiente social´.´Seria bom se as empresas compreendessem a gestão ambiental também como gestão do ciclo natural dos recursos. As empresas que atuam com agronegócio e com recursos pesqueiros sabem que é necessário esperar os tempos do crescimento e da colheita. No entanto, outras acreditam que não têm nada com isso, que o mundo delas é regulado pelo ar condicionado e não pelas estações do ano´, afirma Adalberto Marcondes. Para ele, o ´BenchMais´ procurou mostrar exemplos: ´Acho que todas as práticas que promovem o bem estar ambiental e social devem ser divulgadas e estimuladas. Inclusive porque, quando citados na mídia, bons gestores socioambientais são valorizados dentro das empresas em que atuam´.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
ADALBERTO WODIANER MARCONDESdal@envolverde.com.brRegulados pelas quatro estaçõesA vida na Terra sempre foi regulada pelas quatro estações. Existe a época de se preparar a terra, do plantio, da colheita e da preparação dos alimentos para esperar a próxima safra. Hoje as colheitas são feitas nos supermercados, não existem mais as frutas da época. Quando não dá aqui, trazem de outros lugares. O calor do verão e o frio do inverno foram substituídos pelos eternos 22 graus dos aparelhos de ar condicionado. É por isso que não conseguimos compreender mais as sazonalidades. Empresas e indivíduos agem como se os recursos naturais estivessem sempre disponíveis, sem a necessidade de reposição, de espera e de mudanças sazonais.O grande desafio que gestores ambientais têm pela frente, dentro das organizações, sejam elas públicas ou privadas, é fazer com que seus pares entendam que existe um ´orçamento ambiental´, que precisa ser respeitado, assim como existe um orçamento financeiro e que é respeitado sob pena de a organização quebrar. O orçamento ambiental é a disponibilidade de produtos e serviços que são providos pela natureza. Um exemplo disso é o da água. A disponibilidade de recursos hídricos é cíclica. Todas as regiões têm períodos de maior ou menor oferta de água. Com isso temos, também, períodos de maior ou menor oferta de energia elétrica, uma vez que a energia consumida no Brasil vem, mais de 80%, de usinas hidrelétricas.Compreender as sazonalidades pode fazer com que o Brasil pare de tratar o meio ambiente como um imenso supermercado. E o governo como o caixa que pergunta: ´faltou alguma coisa?´. Porque os produtos nunca serão os mesmos o ano inteiro. O desafio da gestão socioambiental é trabalhar com os recursos disponíveis a cada momento e planejar de forma a aproveitar melhor cada momento e oportunidade. Se Não tem chuva, tem sol. Se não tem mamão, tem caju. Inserir novamente a humanidade no ciclo natural das quatro estações é um grande desafio e uma meta que certamente trará mais conforto e menos insatisfações.O mundo acontece na velocidade do clic, da telefonia celular, da TV digital, mas deve ser vivido em sua dimensão natural. Caso contrário não há como alimentar sete bilhões de pessoas, andar de carro nas metrópoles e consumir um sem número de produtos descartáveis. Respeitar o orçamento da natureza significa garantir que haja suprimentos para todos e para sempre.* Jornalista e diretor de redação da Agência Envolverde
FIQUE POR DENTROCasos com excelênciaAché Laboratórios Farmacêuticos S. A. (2004); AES Tietê S/A (2005); AES Uruguaiana, Alcoa Alumínio SA (2006); Alumar (2004); AmBev – Companhia Brasileira de Bebidas (2003/2004); APAE Xaxim/SC (2004); AstraZeneca do Brasil Ltda. (2004); Autovias SA (2006); Banco Nossa Caixa (2006); Bandeirantes Energia (2006); BASF SA (2004); Bayer SA (2005); Belgo Siderurgia (2006); Bunge Fertilizantes S/A (2005); Caraíba Metais S. A. (2003); Casa da Comunicação e Propaganda Ltda. (2003); Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo – CEAGESP (2005); Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina – CEFET-SC (2003); Chamma da Amazônia (2003); CIBA (2004); Cia. Açucareira Usina Capricho (2005); Companhia Vale do Rio Doce (2005); Cooperativa Central Oeste Catarinense (2003); CORN Products Brasil (2006); Companhia Siderúrgica Paulista – COSIPA (2004); Companhia Siderúrgica de Tubarão – CST (2005); Daimler Chrysler (2004); Dori Alimentos (2006); Daw AgroScience (2006); Embraer SA (2006); Empresa Brasileira de Telecomunicações S. A. – EMBRATEL (2003); Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (2005);Eurofarma Laboratórios Ltda. (2005/2006); FABER-CASTELL S. A. (2004); Firmenich S. A. (2006); Fluidos da Amazônia (2006); Ford Motor Company Brasil (2004); Fundação Espaço Eco (2006); Givaudan do Brasil (2004); Grupo Orsa (2006); Global Telecom S/A – Vivo (2003/2005); Henkel Ltda. (2005); Instituto Ambiental Vale do Rio Doce (2005); Instituto Embratel (2004); Instituto Via Viva (2005); Indústria Química e Farmacêutica Schering-Plough S/A (2005);Klabin S/A (2005); Kurita do Brasil (2004); Mantecorp (2006); Materna – Centro de Cuidados e Desenvolvimento Infantil (2005); Newpower Sistemas de Energia Ltda. (2005); Petrobras (2006); Prefeitura Municipal de Potim (2003); Prefeitura de Poços de Caldas (2005); Rio Paracatu Mineração (2006); Rohm and Haas Química Ltda. (2005); Companhia de Saneamento Básico do Estado SP – Sabesp (2003/2004); Sadia S. A. – Unidade Paranaguá (2004); Serviço Nacional de do Aprendizado Comercial – SENAC (2004); SENAI/RS – Centro Tecnológico do Couro (2004); Siemens S.A. (2005); Sociedade Alphaville 11 e Residencial Onze (2003); Sonoco do Brasil (2003); Sousa Cruz S. A. (2005); TV Globo Ltda. (2005); Unimed do Brasil – Confederação Nacional das Cooperativas (2003); Unimed Extremo Oeste Catarinense (2004); Usina Santa Cruz (2005); Vianorte S. A. (2004/2005); V& M Florestal Ltda. (2003); Voith Paper Máquinas e Equipamentos Ltda. (2005); VOMM Brasil (2006)Fonte: BenchMais
Diário do Nordeste