Potencialidade do RN atrai clientes
28/01/08
Vários dos empreendimentos anunciados para o Rio Grande do Norte foram disputados com outros estados, segundo a Sedec. O RN acabou favorecido por oferecer, além de matéria-prima de qualidade, incentivos como gás subsidiado. A produção do derivado de petróleo em território potiguar tem caído nos últimos anos em função do amadurecimento de campos, o que, diz Otacílio Carvalho, por enquanto não assustou os interessados em investir: a Petrobras está trabalhando para reverter a curva de declínio e, continua ele, há quantidade suficiente para atender os projetos. Em seu favor, o estado também conta com mão-de-obra qualificada para a mineração. O especialista ressalta que o Cefet, por exemplo, é referência em formação e, inclusive, ??exporta?? profissionais para gigantes como a Vale do Rio Doce. ??Como retorno de tantos investimentos, o Rio Grande do Norte ganha mais empregos, arrecada mais impostos, vê sua balança comercial crescer e, ainda, engordar a economia dos municípios que estão recebendo os projetos, por conseqüência, de todo o estado. Além disso, tem a possibilidade de agregar valor as suas matérias-primas, que, paradas, não geram nada disso??, avalia Carvalho. A construção civil, também ganha, na visão do presidente da Cooperativa das Construtoras do RN (Coopercon-RN), Marcos Aguiar. ??Nossa expectativa não é só que o preço do cimento baixe, mas que a instalação dessas indústrias gere a necessidade de outros investimentos em infra-estrutura, por exemplo, e galpões no entorno delas. Isso significaria o aumento do número de empregos para o setor??, frisa ele. Segundo estimativa da Sedec, o RN consome entre 450 mil e 500 mil toneladas de cimento/ano. Parte do produto é comprado em Mossoró, outra nos estados da Paraíba e Pernambuco. Seu peso nos custos de construções verticais, incluindo na conta derivados como argamassa e rejunte, gira em torno de 15% a 20%. ??Quando compramos aqui no estado às vezes pagamos até mais caro do que lá fora. Com o aumento da concorrência, por exemplo, esperamos que isso mude, o que também poderá baratear o frete, já que poderíamos comprar o produto aqui mesmo, pontua o presidente da cooperativa. O setor mineral fervilha, mas precisa ainda vencer alguns gargalos para se expandir mais. Um das dificuldades que enfrenta é a falta de um porto para o escoamento de minérios mais pesados. Também está em falta uma empresa responsável por formular políticas para o setor, o que era feio até 1995 pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais do RN (CDM), empresa pública extinta no governo Garibaldi. (RM)
Diário de Natal