Projeto de US$ 44 milhões para fabricar gusa
14/05/07
A Bahia terá, a partir do próximo ano, sua primeira siderúrgica de ferro gusa, insumo consumido pela indústria siderúrgica na produção de aço. A usina, a ser construída pela Ferrobahia, consumirá investimento de US$ 44 milhões e ficará em Ituaçu, na região da Chapada Diamantina, a 524 quilômetros de Salvador. O protocolo de investimento já foi assinado pela empresa com o governo baiano.O projeto está em fase inicial de obtenção de licença ambiental. As obras devem começar assim que esta fase for concluída e devem durar 10 a 12 meses, disse o presidente da Ferrobahia, Geraldo Basques. Com essa perspectiva, a usina deverá entrar em operação em 2008. As primeiras tratativas para levar o empreendimento adiante ocorreram no começo do ano passado.”A Bahia responde hoje por 11% da produção nacional de carvão vegetal, mas praticamente não tem consumo interno. Com isso, o custo para o insumo será inferior”, diz Basques. Ele cita ainda a ocorrência de minério de ferro na Bahia e a disponibilidade de exportação pelo porto de Ilhéus como fatores que pesaram na decisão de se instalar no Estado. Minas Gerais é o principal produtor de gusa no país.O gusa é obtido por meio da fundição, em alto-forno, de minério de ferro, carvão e calcário. A Ferrobahia vai explorar uma área própria de minério de ferro em Ituaçu que, em ritmo de consumo entre 300 mil e 500 mil toneladas por ano, projeta vida útil de 60 anos para o empreendimento. Em sete anos, a empresa pretende também ser auto-suficiente em carvão. Sua floresta própria terá 10 mil hectares.O protocolo de investimento assinado entre a empresa e o governo baiano prevê a criar um selo que comprove que o carvão vegetal consumido pela indústria no Estado não é obtido de mata nativa. “Queremos atrair também um empreendimento para a produção de chapas de aço na Bahia. Isso vai deixar mais estruturada nossa cadeia (da indústria do ferro)”, diz o secretário estadual da Indústria, Comércio e Mineração, Rafael Amoedo.
Valor Econômico