Tungstênio volta a se destacar na pauta
11/10/07
A Metasa deve ratificar boa fase do setor no RN A retomada das atividades da Metais do Seridó S.A. (Metasa), anunciada no mês passado, ainda não é a responsável direta, mas deverá contribuir para que seja continuado o crescimento do ferro tungstênio – um derivado da scheelita de grande importância na história da mineração potiguar – na nossa pauta de exportações. Até setembro, as vendas externas de tungstênio do RN deram um salto de mais de 200% em relação ao mesmo período do ano passado, um retrato indefectível de que o mercado internacional para uma de nossas principais riquezas minerais voltou, de fato, a ser atraente. A Metasa, formada pela mina de scheelita e a fábrica de ferro tungstênio, já começou as primeiras vendas do produto e trabalha atualmente com mais de 100 pessoas. O proprietário da empresa, Marcelo Porto, diz que o salto do metal nas vendas externas se deve ao excedente do produto no mercado interno e à maior atratividade dos preços internacionais.
Segundo Marcelo Porto, a fábrica – que estava fechada desde 2000 – está hoje trabalhando em fase experimental. Quando estiver em seu ápice produtivo, a expectativa é que a Metasa produza até 15 toneladas de ferro tungstênio por mês. A mina, única do Seridó potiguar que manteve-se funcionando após atravessar a crise do setor mineral do estado, tem uma capacidade de produção de 12 toneladas de scheelita mensais. Atualmente, a mina já trabalha com 100 operários para a extração do minério e a fábrica conta com oito operários. Porto declara que os números – tanto da produção quanto de empregos gerados – podem aumentar dependendo da evolução do mercado. ??Estamos retomando as atividades agora e é preciso fazer uma nova análise da situação que se encontra o mercado??, explica o empresário. EXPORTAÇÕES A variação das exportações de tungstênio no Rio Grande do Norte de janeiro a setembro deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, chegou a 226,3%. Em 2007, as vendas do produto ultrapassaram o US$ 1,7 milhão (R$ 3,06 milhões) contra mais de US$ 534 mil (R$ 960 mil) acumulados em 2006. Apesar da retomada do trabalho na Metasa ter boas perspectivas, Marcelo Porto diz que ainda é cedo para que o retorno da fábrica tenha reflexo na pauta de exportações.
Ele declara que o crescimento foi ocasionado devido a uma venda externa do excendente do metal destinado ao mercado interno. Embora o empresário diga que não há relação, o aumento das exportações revela um dado citado por Porto em entrevista ao Diário de Natal, no mês passado. De acordo com ele, quando fechou a unidade, a tonelada de ferro tungstênio estava sendo cotada no mercado internacional a US$ 10 (algo em torno de R$ 19). Hoje, esta mesma tonelada está cotada em US$ 35 (R$ 67). A mudança de cenário se deveu principalmente à situação da China que passou de exportadora a compradora do tungstênio e da scheelita. A melhoria no preço do produto que fez com que a Metasa retomasse as suas atividades é a mesma que faz com que o minério tenha se tornado o segundo item que mais cresceu na pauta de exportações segundo dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec).foto: Ana Amaral
Diário de Natal