Acordo BHP-Rio Tinto e China devem movimentar mineração
23/11/07
A proposta de aquisição da Rio Tinto pela concorrente BHP e a ascensão de novos “players” na mineração mundial, especialmente a China, provocarão uma nova onda de consolidações nesse setor, disseram especialistas numa conferência nesta semana. Pelo menos três outras transações de pelo menos 50 bilhões de dólares são esperadas até junho de 2008, segundo Michael Lynch-Bell, parceiro-encarregado da Ernst & Young para o setor global de metais e mineração. Ele foi um dos participantes da conferência Mines and Money, em Londres. China, Índia e Rússia devem desempenhar um papel importante na próxima onda de fusões e aquisições, pois buscam maior acesso às matérias-primas para manter seu ritmo econômico. A China acima de todos precisa se afirmar porque é o maior consumidor mundial de metais, mas, ao contrário de Índia e Rússia, não possui recursos naturais próprios. “A China continuará desempenhando um papel importante no setor mineral e vai continuar dando uma nova forma ao setor”, disse Thys Terblanche, chefe do setor de metais do Standard Bank. “Ela terá um papel maior nas fusões e aquisições.” A Rio Tinto rejeitou a oferta de 140 bilhões de dólares da BHP por considerá-la muito baixa. A eventual fusão criaria a maior mineradora do mundo, com enorme controle sobre reservas de ferro, cobre, carvão, urânio, diamantes e outros minérios. Tal perspectiva já provocou queixas de clientes asiáticos e europeus, temerosos de um monopólio, especialmente no minério de ferro, usado na fabricação de aço. O presidente-executivo da BHP, Marius Kloppers, atualmente está em viagem à Ásia para tentar convencer os clientes de que a fusão permitiria que a empresa extraísse mais minério, melhorando o fornecimento. A BHP, a Rio Tinto e a brasileira Vale do Rio Doce controlam cerca de 70 por cento do minério de ferro comprado pela China para alimentar o maior parque siderúrgico mundial.
Olhar Direto