Perpectivas são positivas para Usiminas, CSN e Vale
08/11/06
Siderúrgicas e mineradora divulgam resultado hoje
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MARIANA DURÃO DO JORNAL DO COMMERCIO
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O dia hoje será marcado pela divulgação de resultados de três das maiores empresas dos setores de siderurgia e mineração do País. A Usiminas apresenta resultado pela manhã, enquanto a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Vale do Rio Doce divulgam balanços após o fechamento do mercado. As boas perspectivas para o mercado de aços planos, beneficiado pela alta de preços no mercado internacional, devem contribuir para os ganhos das siderúrgicas, embora a CSN deva sofrer reflexos do acidente com o alto-forno 3.
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A Fator Corretora, a ABN-Amro Real Corretora e a Merryl Lynch apontam o resultado da Usiminas no terceiro trimestre como o mais forte do ano. A Fator projeta alta de 4,9% na receita líquida da companhia em relação ao igual trimestre de 2005, chegando a R$ 3,278 bilhões. O lucro líquido deve manter-se praticamente estável, passando de R$ 782,1 milhões no terceiro trimestre do ano passado a R$ 781,1 milhões nesse trimestre. A recuperação deve ser mais expressiva em relação ao segundo trimestre, estimou a corretora. A previsão é de crescimento de 7,4% na receita líquida e 11% no lucro.
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Segundo a Fator, as vendas devem chegar a 1,965 milhões de toneladas, das quais 67% no mercado interno e 33% no externo, mix semelhante ao do segundo trimestre de 2006 e superior ao do primeiro (62% no mercado doméstico e 38% no mercado externo).
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O aumento dos preços internacionais e moderados no mercado interno (entre 2% e 3%), devem contribuir para a recuperação das margens operacionais da companhia em relação ao trimestre passado. No terceiro trimestre a companhia negociou preços acima de US$ 500 a tonelada no exterior, contra preços entre US$320 e US$ 330 por tonelada no segundo trimestre.
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Somado ao fator preço, a corretora destacou a positiva queda de 17% no custo do carvão – que representa cerca de 20% do Custo de Produtos Vendidos (CPV) consolidado da Usiminas. A margem Ebitda, projeta a Fator, deve passar de 34,3% no segundo trimestre a 39,4% no terceiro trimestre.
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A ABN-Amro Real Corretora projeta alta de 3% no lucro líquido da siderúrgica sobre o mesmo trimestre do ano anterior e de 13% sobre o segundo trimestre, atingindo R$ 805 milhões.
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A manutenção de suas despesas operacionais deverá determinar melhora do Ebitda, que a corretora projeta seja da ordem de R$ 1,265 bilhão, 18% maior em relação ao segundo trimestre de 2006, embora inferior (2%) ao mesmo trimestre de 2005. A expectativa é de que as vendas líquidas no trimestre gerem R$ 3,328 milhões, valor 6% superior ao do igual período do ano anterior.
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Já a Merrill Lynch estimou que o lucro líquido registrado pela Usiminas seja 4% maior que o do mesmo trimestre de 2005, chegando a R$ 810 milhões. Os principais destaques no resultado da empresa, segundo o banco de investimentos, são o forte volume de vendas de cerca de 2 milhões de toneladas com um bom mix (68% mercado doméstico); alta dos preços de exportação trimestre a trimestre; e impacto da redução do preço do carvão.
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Acidente com alto forno 3
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Os analistas consideram que os resultados da CSN passam por período de difícil previsibilidade, em função de incertezas sobre a recuperação da produção após o acidente com o Alto Forno 3 ocorrido em janeiro e que parou por seis meses a siderúrgica.
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Em agosto o equipamento voltou a operar. A ABN-Amro Real trabalha com incremento das vendas físicas em 30% (1,2 milhões de toneladas de produtos acabados vendidos) no terceiro trimestre de 2006, comparativamente ao segundo trimestre, considerando a produção do período mais a utilização de cerca de 300 mil toneladas de placas adquiridas no início do ano e que estavam estocadas na empresa.
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Tal fato, associado a forte evolução dos preços dos aços planos deverá beneficiar as vendas líquidas do período, projetadas em R$ 2,2 bilhões, 15% acima do trimestre passado e estável em relação ao terceiro trimestre de 2005.
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Se por um lado a volta da operação do equipamento trouxe maior disponibilidade de produtos, também será observada maior pressão nos custos, com o uso de maior volume de insumos de produção, ou seja: minério de ferro, carvão, coque e ligas, além da contabilização das placas adquiridas de terceiros no início do ano (acidente com o equipamento)”, apontou o relatório.
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A corretora destacou as incertezas em relação ao saldo que será contabilizado com seguros referente ao acidente (receita operacional extraordinária), que estimado em R$ 300 milhões. Caso se confirme o valor, a projeção é de que a CSN apresentará um Ebitda de R$ 998 milhões no trimestre, 13% maior em relação ao segundo trimestre. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado a projeção é de redução de 21% no lucro da companhia.
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“No entanto, apesar das expectativas positivas para os resultados do terceiro trimestre, associadas ao que acreditamos ter sido o pico do ciclo de preços internacionais, os investidores deverão centrar atenções no andamento dos planos de investimentos, bem como na possível listagem da mina de Casa de Pedra”, recomendou o relatório.
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A corretora espera resultado positivo para a Vale, sem surpresas para o mercado. A projeção da Fator é de que o lucro líquido da mineradora atinja R$ 1,783 bilhão no trimestre, alta de 46,7% sobre igual período de 2005.
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Já a receita líquida deve chegar a R$ 4,453 bilhões, 29,3% acima da registrada um ano atrás e 7,4% superior à do segundo trimestre. Nesse último caso em função do impacto integral do reajuste de 19% no minério de ferro e ligeira expansão do volume comercializado.
Jornal do Commércio – RJ