11/05/18

Curso: O pacote estatístico R na amostragem de minério de ferro – crédito: IBRAM

O minério de ferro ocupa posição de destaque na pauta de exportações do Brasil. Em 2017 foram US$ 20 bilhões para uma exportação em torno de 400 milhões de toneladas de minérios de ferro e seus concentrados (segundo o ministério do desenvolvimento, indústria e comércio).

A avaliação comercial e da qualidade de toda esta produção é baseada em normas técnicas internacionais (International Organization for Standardization – ISO) das quais quase todos os países produtores e consumidores destes produtos são responsáveis pela elaboração e aperfeiçoamento técnico destes documentos.

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), por meio das ações do seu Comitê de Normas Internacionais para Mineração (CONIM) e em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tem enviado esforços para adequar as normas internacionais à realidade operacional do nosso país e evitar que sejam criadas barreiras técnicas aos nossos produtos. Todos os principais documentos já foram adequadamente traduzidos e estudados dentro do Comitê Brasileiro de Minérios de Ferro (ABNT/CB-41) por meio dos trabalhos realizados dentro das suas comissões de estudo (Amostragem, Análise Química e Ensaios Físicos). São 39 normas técnicas (Normas ABNT ISO) indispensáveis a determinação das características de qualidade empregadas na produção e comercialização do minério de ferro. Essas comissões de estudo no Brasil são formadas por produtores, consumidores e elementos neutros (especialistas, fabricantes de equipamentos, universidades, laboratórios e outras partes interessadas), o que garante um profícuo intercâmbio de competências para o desenvolvimento da qualidade dos minérios de ferro brasileiros.

É importante frisar que para o IBRAM, mais do que atender aos procedimentos impostos pelos documentos, é fomentar o conhecimento da base científica que suporta essas Normas Técnicas de forma a poder ajustar continuamente todos os procedimentos envolvidos na amostragem, preparação, análise e caracterização física e metalúrgica dos produtos de mineração. Portanto, é necessário treinamento constante dos envolvidos na realização e controle destas normas para desenvolvimento de atitudes eficazes quanto a suas atividades, percebendo a importância de seu trabalho, se sentindo efetivamente parte integrante do processo de atendimento aos requisitos exigidos por estes documentos para estarem capacitadas a agir profissionalmente, com orgulho, já que as normas não se cumprem “de per si”.

Em parceria com a Methamorfose – Desenvolvimento de Pessoas, por meio do seu Diretor Presidente, José Luiz Amaral Carneiro (Engenheiro de Minas) e contando com a participação do consultor independente Luiz Paulo Serrano (Engenheiro Químico e Estatístico) o IBRAM promoveu no último dia 25/04 em suas instalações em Belo Horizonte o Curso: O pacote estatístico R na amostragem de minério de ferro, cujo objetivo principal foi capacitar os participantes a usarem o pacote estatístico R para elaborar e monitorar planos de amostragens e interpretar a natureza da diferença de resultados das análises entre fornecedor (ponto de carga) e consumidor (ponto de descarga). Teve como base a estatística probabilística clássica e a teoria de Pierre Gy referente à amostragem de material particulado. O foco do curso foi o minério de ferro e as respectivas normas técnicas de amostragem, mas os conceitos podem ser aplicados a qualquer mineral particulado.

Porque usar o R?

O pacote estatístico R é de altíssimo nível, disponibiliza soluções tanto de baixa quanto de alta complexidade estatística. É livre podendo ser utilizado sem ônus tanto por pessoas físicas, quanto jurídicas. É muito usado no meio acadêmico, mas ainda pouco conhecido no meio empresarial. Uma grande vantagem é que seus códigos são abertos podendo ser devidamente estudados por seus usuários e aplicados em novas ferramentas específicas do interesse destes usuários. E o mais importante: é um software revisado, atualizado e disponibilizado continuamente para o mundo inteiro.

Participaram do curso representantes da ArcelorMittal Brasil, CSN Mineração, Vale S.A., Porto Sudeste, SAFM Mineração LTDA e MML Metais Mineração LTDA.