IBRAM implementa ações de combate à objetificação da mulher durante a EXPOSIBRAM
03/10/22
Outras ações de diversidade e inclusão foram aplicadas pelo Instituto, parceiros e expositores do evento
A importância da indústria da mineração manter atenção e empregar esforços permanentemente para evoluir em termos de diversidade, equidade e inclusão (DEI) vai muito além do trabalho realizado dentro das empresas, nos territórios e nas comunidades em que as empresas estão inseridas. Ações desenvolvidas em prol da DEI mostram resultados significativos no setor. Entretanto, ainda existe um longo caminho a se percorrer.
Para a EXPOSIBRAM 2022, O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em parceria com o movimento Women in Mining Brasil (WIM Brasil), desenvolveu um trabalho com todos os expositores e fornecedores. “Enquanto estávamos nos preparativos do evento, o WIM Brasil fez um manifesto, junto ao IBRAM, sobre a objetivação das mulheres orientando a todos que essas práticas não fossem mais recorrentes”, afirmou Bárbara Schmitz, diretora do Wim Brasil e Head de Gestão de Mudanças da RHI Magnesita. Este documento teve ampla divulgação nos canais de comunicação das entidades e foi anexado ao manual do expositor. As empresas que não seguiram as orientações sofreram penalizações.
Durante o evento, o WIM Brasil, que teve um espaço especial no estande do IBRAM, desenvolveu um trabalho de conscientização com os participantes, com distribuição de material de divulgação e muito diálogo. “Reconhecemos que nesses vários anos de EXPOSIBRAM evoluímos muito, com uma grande mudança de postura, de comportamento, mas ainda há empresas, principalmente fornecedores, que utilizam a imagem da mulher como atrativo. O assédio é uma questão ainda mais profunda. Tem que ser uma mudança de cultura. É bater nessa tecla até essas questões deixarem de ser assunto”, reforça a Gerente de Sustentabilidade do IBRAM e diretora do WIM Brasil, Cláudia Salles.
Plano de Ação para o Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração
Nos dias 13 e 14 de setembro, as mineradoras Vale, Anglo American, RHI Magnesita, MRN, Lundin Mining, Nexa, Jaguar Mining e Mosaic apresentaram, na prática, as estratégias definidas no Plano de Ação para o Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração, que foram implementadas nas empresas, com exemplos reais e resultados conquistados.
No dia 15 de setembro, foi lançada a segunda edição do Relatório de Progresso do Plano de Ação para o Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração, de autoria do WIM Brasil, em parceria com a EY. O documento norteia as ações do movimento, traz um novo olhar e levanta a bandeira da identidade de gênero.
“O 2 relatório traça um retrato da maturidade da agenda de Inclusão de Gênero no setor mineral e auxilia que as empresas tenham uma visão direcionada da agenda. Este Relatório de Indicadores avaliou o perfil de 34 empresas, no ano base de 2021. Atualmente o WIM Brasil conta com mais de 45 organizações signatárias do movimento. O apoio de todos os patrocinadores, parceiros estratégicos e o apoio institucional do IBRAM e de outras é muito importante”, contextualizou a diretora de Planejamento Inovação e ESG da Hexagon Mining e presidente do movimento WIM Brasil, Patricia Procópio.
Inclusão e acessibilidade
A EXPOSIBRAM 2022 não somente garantiu acessibilidade e inclusão a pessoas com baixa mobilidade em todos os estandes, como também contratou profissionais com deficiência para atender aos visitantes do evento. A feira contou com intérprete de Libras – língua de sinais ou gestual oficial da comunidade surda brasileira – para viabilizar a visitação de pessoas surdas.
Cadeirante, Thiago de Souza Falconi foi contratado para a função “Posso ajudar?”. E, quando perguntado sobre a importância da acessibilidade na EXPOSIBRAM 2022, ele respondeu: “Nos anima a sair de casa e a trabalhar quando [o evento] se dispõe a ser acessível para pessoas com deficiência”.
Rosane Lucas é intérprete de Libras, contratada pelo IBRAM, para acompanhar pessoas surdas e traduzir, simultaneamente, as palestras. A profissional ficou ao lado da analista financeira da Vale, Rosane, Brunna Aguiar, que é surda e trabalha há mais de dez anos na corporação. Segundo Bruna, é a primeira vez que ela participa de um evento que oferece a tradução, já que a prática não é comum no setor. “A gente sabe também que isso é um movimento geral da sociedade e, quando eu fiquei sabendo que aqui na EXPOSIBRAM é tudo acessível, eu resolvi comparecer e estou podendo conhecer os estandes. Fico feliz em estar aqui e entender o que está acontecendo, por isso, compartilho a minha felicidade com a organização. Está sendo muito legal e espero que isso se propague em outros encontros”, finalizou Brunna.