Após um mês, mineradora retoma produção de ferro
04/01/08
A multinacional Rio Tinto, que controla a Mineração Corumbaense Reunida (MCR), retomou ontem a produção normal de minério de ferro em Corumbá depois de conceder férias coletivas a 77% dos funcionários, dia 3 de dezembro, devido às restrições de navegação na Hidrovia Paraguai-Paraná por causa da prolongada seca na bacia pantaneira. A queda de exportação em novembro chegou a 66%.
No mês passado, a empresa conseguiu realizar três embarques de minério, mesmo com o rio em baixa, e ontem finalizou o primeiro carregamento deste ano, segundo informou o chefe de produção Emerson Nascimento. O volume da carga que será liberada nessa primeira remessa não foi divulgado, mas não corresponde à capacidade máxima (16 barcaças) do comboio.
Nascimento explicou que a estiagem impediu o cumprimento de contratos de 300 mil toneladas entre agosto e novembro do ano passado. Como a produção não foi reduzida e as exportações foram paralisadas, o pátio do Porto Gregório Curvo, no distrito de Porto Esperança, não teve espaço para estocar minério, motivando a paralisação das atividades na mina por 30 dias.
A empresa garantiu que a medida extrema de férias coletivas ao pessoal da mina e do porto foi em decorrência “exclusiva” de navegabilidade. No dia 3 de novembro o Rio Paraguai atingiu o menor nível do ano, na régua de Ladário: 0,88 centímetro. A paralisação não prejudicará os projetos de expansão de produção, dos atuais dois milhões de toneladas/ano para 15 milhões de toneladas/ano.
“O nível do rio é considerado satisfatório para o mês de janeiro e o ritmo de produção (de 2 milhões de toneladas/ano) está 100% em andamento”, comentou o diretor de produção.
Fluxo normal
A estiagem suspendeu, também, a importação de óleo diesel do Brasil e da Argentina pela Bolívia. Conforme previsão dos operadores, o transporte fluvial na hidrovia retoma seu fluxo normal neste mês. O Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, do 6º Distrito Naval, informou que a altura do Rio Paraguai na régua de Ladário, ontem, foi de 1,94 metro, oito centímetros abaixo do nível de redução.
Correio do Estado – MS