Áreas minerais serão licitadas em Goiás
17/09/07
Serviço Geológico Brasileiro começa, hoje, a pesquisar regiões com alta potencialidade mineral no Estado. Órgão vai investir R$ 2 milhões no trabalho Três áreas localizadas na Região Noroeste de Goiás começam a ser pesquisadas, hoje, pelo Serviço Geológico do Brasil – a antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). São áreas com alta potencialidade mineral para ouro, cobre, esmeralda, turmalina e granada. O órgão vai investir R$ 2 milhões nos trabalhos de avaliação da potencialidade geológica da região. Quando a pesquisa estiver concluída, as áreas serão levadas à licitação pública, para permitir que empresas privadas explorem os minérios. Segundo o presidente do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), Agamenon Sérgio Lucas Dantas, o governo federal tem interesse em acelerar o mapeamento geológico brasileiro para aproveitar o boom mineral. Uma riqueza mensurada, apenas em parte, está escondida no subsolo brasileiro à espera de potenciais investidores. Ele estima que apenas 10% do subsolo do território nacional seja conhecido. Em Goiás, esse porcentual também é de 10%, mesmo com o levantamento geológico realizado, nos últimos anos, com o apoio do governo do Estado, por meio da Superintendência de Geologia e Mineração. Licitação Na sexta-feira, o presidente do SGB, Agamenon Dantas, veio a Goiânia para se reunir com a superintendente do órgão, Maria Abadia Camargo, e com os técnicos que vão trabalhar na área de pesquisa, a partir hoje. Em 2008, anunciou, haverá incremento em todo o mapeamento geológico nacional. Garantiu também que, em janeiro, estarão concluídos os editais para licitação de reservas minerais, pertencentes à União, e conhecidas há cerca de 30 anos. Ao todo, são 331 áreas minerais localizadas em Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pará, Bahia, Pernambuco, Amazonas, Tocantins, São Paulo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Em Goiás, são três reservas consideradas estratégicas, em função da importância dos minérios para atender à demanda mundial. Elas se localizam nos municípios de Morro do Engenho e Santa Fé (níquel) e Bom Jardim de Goiás (cobre). A licitação dessas áreas estava programada para junho último. Porém, houve atraso na elaboração dos editais e agora o leilão deverá ocorrer entre os meses de janeiro e março do próximo ano, conforme explicou o presidente do SGB. Quando o governo anunciou, no início do ano, que ia vender os direitos minerários, muitas empresas manifestaram interesse em adquiri-los, sobretudo aquelas que já atuam na área em Goiás, pois querem aumentar a produção. É o caso, por exemplo, da Companhia Vale do Rio Doce, Mineração Manacá, Anglo American e Grupo Votorantim. Investimentos Levantamento da Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento (Seplan-GO), aponta que estão programados, até 2010, investimentos no setor mineral goiano de R$ 4,31 bilhões, em função da recuperação dos preços das commodities (como níquel, cobre, ouro) e também dos materiais de construção. Agamenon Dantas cita que, em alguns Estados, como Amazonas, Bahia, São Paulo e Pernambuco, há registro de falta de materiais básicos de construção, como argila, areia e brita. Com isso, os preços estão em disparada. Outro problema começa também a afetar as empresas. É a falta de mão-de-obra especializada, de geólogos e engenheiros de minas. No ano passado, apenas 200 alunos concluíram esses dois cursos em todo o País. Esse número é insuficiente para atender a demanda, que supera o número de mil profissionais por ano. O presidente do SGB lembra que, com a nova legislação, as empresas que detêm alvarás de pesquisa têm agora prazos menores para começarem a produzir, sob pena de perderem os direitos. Além disso, observa, o momento é propício para o setor mineral em função da recuperação dos preços. Na sexta-feira, na Bolsa de Londres, a cotação do níquel subiu 3%.
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