Carência de mão-de-obra qualificada é tema de seminário
19/11/07
Carência de mão-de-obra qualificada é tema de seminário
Pesquisa realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e divulgada neste mês de novembro revela que a região Norte é campeã em saldo negativo de oferta de mão-de-obra qualificada. No Norte, existe uma estimativa de demanda de 99.031 empregos formais, porém, a oferta de mão-de-obra qualificada é de apenas 69.940 trabalhadores, o que representa um saldo negativo entre oferta e demanda de -29.091 trabalhadores. As duas outras regiões que apresentaram saldo negativo foram o Sul (- 26.335) e o Centro-Oeste (-13.447).
A pesquisa também revelou que, dos setores da economia pesquisados, amineração é a que mais necessita de mão-de-obra qualificada. A indústria de transformação e extrativa mineral apresentam uma carência estimada de quase 117 mil trabalhadores em 2007, o que equivale a 26,2% dos empregos anualmente criados neste setor.
Por esse motivo, o assunto será tema da 2ª Conferência de Responsabilidade Socioambiental ? Mineração Sustentável, cuja abertura será hoje (19), às 18 horas, no Teatro Maria Sylvia Nunes (Estação das Docas). O evento é promovido pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração) e amanhã prossegue sua programação das 8 às 18 horas. ?Vivemos um momento em que a mineração enfrenta o problema da falta de capacitação do trabalhador e da falta de mão-de-obra qualificada. Os profissionais mais experientes estão se aposentando e a carência de novos trabalhadores é grande?, afirma o presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna.
Rinaldo Mancin, diretor de Assuntos Ambientais do Instituto, lembra que no Norte a situação fica mais difícil ainda, devido às peculiaridades da região. ?Essas dificuldades são maiores ainda se transpormos para a realidade da Amazônia, onde a mineração está chegando a regiões longe dos grandes centros e capitais, onde consequentemente, a mão-de-obra necessária tem que ser totalmente formada. Um bom exemplo dessa complexidade pode ser conhecido pelos desafios que cercam o empreendimento de extração de bauxita que a Alcoa implanta em Juruti, no qual um volume substantivo de recursos está sendo investido na formação de mão-de-obra local, reforçando a integração com as comunidades locais?, completa Mancin, referindo-se a um projeto de mineração de bauxita que está sendo implantado no oeste paraense.
De acordo com o Rinaldo, bons salários, oportunidade de crescimento e qualidade de vida são propostas apresentadas para contornar a situação da falta de mão-de-obra. Ele ressalta ainda que é preciso que as empresas estimulem ou até mesmo divulguem as propostas de trabalho com mais afinco como forma de ´chamamento´. ?Quem oferecer as melhores oportunidades de carreira vai ficar com os melhores profissionais?, finaliza.
Portal ORM