27/05/21

da esquerda para direita, Tebis Oliveira, Alexandre Vidigal, Victor Bicca, Marcio Remedio, Esteves Colnago e Flavio Penido – crédito: divulgação

O conhecimento geológico do território brasileiro avançou mais um passo, com o lançamento oficial do Catálogo de Produtos 2020, que detalha estudos técnicos sobre temas como recursos minerais, gestão territorial e hidrologia. O conteúdo é uma iniciativa do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM). Clique aqui para acessar.

Para o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ter acesso a informações geocientíficas é questão estratégica para o Estado. “Mapear e identificar recursos e potencialidades é a base do setor mineral, uma cadeia produtiva que gera emprego e renda, aumenta arrecadação, reduz as importações e contribui para tornar os bens de consumo mais acessíveis às pessoas”.

Vídeo com pronunciamento do ministro abriu a solenidade virtual de lançamento do catálogo, da qual participaram o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Alexandre Vidigal, o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Bicca, o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Flávio Ottoni Penido, o diretor-presidente do SGB/CPRM, Esteves Colnago, e o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB/CPRM, Márcio Remédio. O encontro foi mediado pela jornalista Tébis Oliveira, da revista In The Mine.

Assista a solenidade virtual na CPRM TV no Youtube.

Conhecimento geológico é estratégico e essencial para desenvolver setor mineral

O ministro de Minas e Energia – Bento Albuquerque – gravou depoimento para enfatizar a importância do conhecimento geológico para o Brasil – crédito: divulgação

Bento Albuquerque e os demais participantes ressaltaram que o conteúdo apresentado no catálogo traz “subsídios para diminuir a incerteza e o risco aos investidores; possibilita atrair mais investimentos e ampliarmos as reservas e recursos minerais do Brasil”, afirmou. Em seu pronunciamento, Alexandre Vidigal disse que ainda há vários desafios a serem superados, entre os quais, cumprir compromissos relacionados a ampliar o mapeamento geológico em mais áreas do território.

Flávio Penido, do IBRAM, enfatizou a importância estratégica de se ampliar o conhecimento geológico, citando o caso dos minérios que são utilizados para fabricar os fertilizantes. O Brasil importa entre 60% e 80% desses produtos porque não foi possível prospectar novas minas de modo a suprir plenamente a demanda crescente de fertilizantes pelo agronegócio. “É até uma questão de segurança nacional. Um país, como o nosso, com enorme potencial e capacidade de produção agrícola, não pode ficar na dependência da importação”, afirmou. Ele elogiou a iniciativa do SGB/CPRM em lançar o catálogo e também defendeu a ampliação da pesquisa geológica no país.

Sobre o mesmo tema, o secretário Alexandre Vidigal fez questão de mencionar a recente decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou regulares as iniciativas do governo federal em licitar extensas áreas para a pesquisa e a lavra mineral e, assim, estimular a pesquisa geológica e, assim, contribuir para a expansão da atividade minerária sustentável. Após questionamento sobre esses processos, o secretário considerou a decisão do TCU como uma comprovação de quanto é “sério o comprometimento com essas ações que estamos desenvolvendo no retorno das áreas (com potencial mineral) para a sociedade”. São milhares de hectares que o governo pretende expor à concorrência pública de interessados em pesquisa e lavra de minérios.

Neste 27/05, a partir das 14h, o Ministério de Minas e Energia, a ANM e o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) vão apresentar o webinar “A nova disponibilidade de áreas – debates com o setor mineral”. Leia mais no site do IBRAM.

Esteves Colnago, do SGB/CPRM citou as próximas licitações de áreas para pesquisa e lavra, com projetos relacionados a diversos minérios. As duas próximas estão marcadas para o dia 10 de junho: projetos de cobre em Goiás e de fosfato na divisa entre Pernambuco e Paraíba. Ainda em 2021, o SGB/CPRM pretende terminar estudos de reavaliação para qualificar mais três projetos no PPI, relacionados a ouro e níquel, a serem licitados no início de 2022.

Victor Bicca, da ANM, disse que a agência e o SGB/CPRM atuam em sinergia para aprofundar o conhecimento geológico como um todo. Uma das iniciativas é reunir, de forma sistematizada, as informações constantes nos relatórios finais de pesquisa apresentados pelas empresas à ANM.