Centroprojekt cresce com maior atenção com uso da água
25/01/08
Folgosi, diretor: “Há projetos novos de tratamento de efluentes na indústria, e estamos de olho na siderurgia e mineração”A empresa de engenharia de sistemas de tratamento de água, efluentes e gás Centroprojekt do Brasil conseguiu em 2007 o melhor resultado em seis anos de operação no país. A consolidação da empresa junto ao setor de papel e celulose e a assinatura de seu maior contrato, com a Petrobras – de R$ 56 milhões – no fim do ano passado, fizeram com que o faturamento da companhia subisse para R$ 100 milhões, um crescimento de 74% em relação a 2006.Além da exigência ambiental de que a indústria trate a água utilizada na produção para o despejo tanto no rio quanto na rede geral de esgoto, o crescente interesse de empresas pelo reúso de água tem incrementado o mercado da Centroprojekt. “Há muitos projetos novos de tratamento de efluentes na indústria, e estamos de olho também nos setores de siderurgia e mineração”, diz o diretor comercial da empresa, Valdir Folgosi.No fim do primeiro semestre de 2009, a empresa entregará para a Petrobras uma estação de tratamento de água de condensado, que é o vapor resultante da atividade de refinamento do petróleo. A instalação terá capacidade para tratar 400 metros cúbicos por hora, e a água resultante do processo será reutilizada para a geração de energia termelétrica.Outros dois importantes contratos de tratamento de água fechados no ano passado foram com as empresas de papel e celulose VCP e Celulose Argentina. Na VCP, a instalação tratará 6 mil m3/h na fábrica localizada no Estado do Mato Grosso. Para a empresa argentina, a estação terá capacidade para tratar 1 mil m3/h.Hoje, pelo menos 80% do segmento de projetistas e fabricantes de equipamentos para o setor de saneamento básico e ambiental está nas mãos de cinco empresas, entre elas, a Centroprojekt, a terceira do lista liderada pela francesa Veólia Water Systems. O faturamento anual do grupo no país está em R$ 900 milhões.Segundo Folgosi, a tendência é o mercado se tornar mais competitivo, com a entrada de novos participantes e grupos estrangeiros com interesse de explorar o potencial no país. “Desde o ano passado, o mercado brasileiro tem se mostrado mais atrativo, e o nosso crescimento é um retrato disso”, diz o diretor comercial.Para a Centroprojekt, há grandes expectativas esse ano em fechar negócios na área pública, devido ao aumento da oferta de recursos, fomentado principalmente pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Esse nicho, no entanto, ainda esbarra na falta de bons projetos, segundo Folgosi. “A carência de projetos públicos qualificados de saneamento é grande, por isso uma forma de trabalhar hoje é dando suporte técnico a municípios na elaboração de planos”, diz ele. Outro desafio da empresa é abrir espaço para ser contratada diretamente pelo setor público, hoje mais acostumado a contratar construtoras, que por sua vez subcontratam as empresas de engenharia e fabricantes de equipamentos.Em 2007, o único negócio assinado pela Centroprojekt em saneamento básico foi para a construção de uma estação de tratamento de esgoto no município paulista de São José do Rio Preto, que possui uma companhia municipal de saneamento. A Centroprojekt foi subcontratada pelo consórcio de construtoras Araguaia e Delta para fornecer equipamentos para a estação com capacidade de tratar 1,2 mil litro de esgoto por segundo. A instalação deve ser entregue ainda esse semestre.
Valor Econômico