China é o principal consumidor de minério de ferro de Minas Gerais
19/09/07
Desembarques no Estado ampliaram em 159,3%. A China consolidou-se como a maior parceiro comercial de Minas, ampliando a participação nas importações, reflexo da desvalorização do dólar frente ao real. Os desembarques chineses no Estado referentes aos oito primeiros meses deste ano variaram 159,13% ante o mesmo período do ano passado. Com isso, o país asiático passou do quinto lugar para a segunda colocação, perdendo apenas para os EUA, que participam com 16,18% do total. A variação no volume das importações de Minas chegou a 38,7%, enquanto as exportações registraram cerca de 19% na mesma base de comparação De acordo com os dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o volume das importações chinesas em Minas chegou a US$ 527,1 milhões nos oito primeiros meses do ano, com participação de 12,52% do total. Insumos para os diversos setores da indústria, como a automobilística, de eletroeletrônicos e a siderúrgica, estiveram entre os principais produtos importados no período. Os acessórios para tratores e veículos automotores registraram a maior variação nesse sentido (106%) e volume financeiro de US$ 87 milhões. A Fiat Automóveis S/A (Fiasa), com planta em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), permanece como a maior importadora do Estado. A empresa vem passando por um processo gradual de desnacionalização dos componentes utilizados na fabricação dos automóveis montados na unidade mineira. Entre janeiro e agosto, as importações da empresa cresceram cerca de 126%. Assim, a montadora continua contribuindo para o incremento no nível de desembarques, já que permaneceu como a principal importadora. O volume comprado no exterior foi de US$406,8 milhões, 9,6% do total da balança mineira que foi de US$ 4,2 bilhões nos oito primeiros meses do ano. Minério – Apesar do aumento das compras no mercado internacional, as exportações continuam firmes em Minas. A China permanece como o principal consumidor de commodities, liderados pelos embarques de minério de ferro e café. Os chineses importaram US$1,8 bilhão de janeiro a agosto, permanecendo com 15,8% de participação no total exportado pelo Estado, que alcançou US$ 11,9 bilhões no período. A variação neste sentido, na comparação com os oito primeiros meses de 2006, foi de 38,2%, ampliação de pouco mais de US$ 500 milhões. Os embarques mineiros de minério de ferro, principal produto da economia do Estado junto com o café, atingiram 90 milhões de toneladas de janeiro a agosto, totalizando US$ 2,9 bilhões. A variação foi de 28% na comparação com o acumulado dos oito primeiros meses do ano anterior. O café continuou em segundo, com 716 mil toneladas registradas em igual período de 2007. O grão somou US$ 1,5 bilhão nos embarques do Estado, com 13,3% de participação.
A alta concentração da pauta mineira em minério de ferro, café e produtos siderúrgicos faz com que o Estado tenha o maior saldo da balança comercial nacional, que chegou a US$ 7,7 bilhões no período. O saldo mineiro equivale a 28% do saldo brasileiro. Já a corrente comercial de Minas alcançou US$ 16,1 bilhões, de janeiro a agosto deste ano. Entre as principais empresas exportadoras a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) continua seguindo o bom desempenho do setor de mineração. A mineradora acumulou até agosto um total de US$ 1, 9 bilhão em embarques. A Minerações Brasileiras Reunidas S/A (MBR), controlada pela CVRD, ficou em segundo lugar, com US$ 928 milhões. Contudo, as importações da companhia apresentaram queda de 52% na comparação com igual período de 2006.
A CVRD detém, ainda, 50% de participação acionária na Samarco Mineração S/A, que permaneceu como maior exportadora do Espírito Santo (US$ 839 milhões de janeiro a agosto). Os 50% restantes são da australiana BHP Billiton, concorrente direta da CRVD e maior mineradora do mundo.
Diário do Comércio