Com dificuldade de escoar, Rio Tinto dá férias coletivas
19/11/07
A seca do rio Paraguai levou a MCR (Mineração Corumbaense Reunida), empresa do Grupo Rio Tinto Brasil, a anunciar um período de férias coletivas para a maior parte de seus funcionários a partir de dezembro. Com o nível do rio muito baixo ? chegou a 94 centímetros na sexta-feira, 16 de novembro, pela régua do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, de Ladário ? o escoamento de minério pela hidrovia ficou comprometido.Sérgio Visconti, gerente de Relações Humanas da MCR, informou que as férias coletivas irão de 3 de dezembro a 1º de janeiro de 2008 e atingirão 77% do quadro funcional da mineradora, cerca de 350 pessoas, que atuam no Porto Gregório Curvo, em Porto Esperança; na mina e nos setores administrativos. Os demais funcionários permanecerão trabalhando, a maioria em postos de manutenção. A Delegacia Regional do Trabalho e o Sindicato Extrativista já foram comunicados da decisão. A atitude empresarial foi explicada de maneira bem simples. ?Basicamente, foi por conta do rio que está seco e não temos como transportar a produção. Nosso estoque está cheio e não temos como estocar mais?, disse Visconti, lembrando que a parada no próximo mês irá ?prejudicar menos?, as finanças da companhia. ?Os custos fixos permanecem. Mudam os [custos] variáveis, como transporte e restaurante, o que não significa grandes gastos?, frisou.
;Visconti afirmou ainda que com o nível do rio Paraguai baixando constantemente, a possibilidade já vinha sendo estudada. ?Há dois meses não faturamos nada, só gastamos?, salientou. ?Cerca de 300 mil toneladas de minério não puderam ser enviadas?, observou.
Sem demissões- Em 1992 a MCR enfrentou problemas semelhantes por causa do baixo nível das águas do rio Paraguai. Naquela ocasião houve a necessidade de realizar demissões, possibilidade que a companhia de mineração não cogita desta vez. ?A empresa não trabalha com a hipótese de redução de quadros. Nossos projetos de expansão prosseguem. O processo de contratação também não parou?, declarou o gerente.
Ele destacou que a Mineração Corumbaense trabalha com projetos de expansão da produção ? dos atuais 2 milhões de toneladas anuais para 15 milhões de toneladas ? e seguem as ações de implantação da nova planta de secagem . ?Não vamos demitir ninguém, nossos projetos de expansão não serão parados. As operações habituais serão retomadas a partir de 02 de janeiro?, reforçou Sérgio Visconti. O nível do rio entra em fase de cheia. Numa nota em que comunicou a decisão, a MCR reforçou que a medida, de dar férias coletivas para 350 funcionários foi ?a única forma de evitar demissões, pois entende que isto seria prejudicial para a Empresa e para o desenvolvimento dos municípios de Corumbá e Ladário?. A decisão foi tomada por uma ?conseqüência de fatos alheios às atividades e princípios da MCR?, diz a nota.
Campo Grande News