Consolidação deve permitir maior avanço nos preços
18/02/08
Em um ano que deve marcar o início de uma nova fase de consolidação na mineração mundial, junto de uma demanda ainda em crescimento vinda da Ásia, analistas esperam que as aquisições que devem se concretizar em 2008 irão resultar numa maior elevação dos preços do minério de ferro, embora a possibilidade de desaceleração da economia possa perturbar essa evolução. Essa movimentação está diretamente ligada à brasileira Companhia Vale do Rio Doce (Vale), maior fabricante de minério de ferro do mundo e que tem avaliado a compra de outra gigante do setor mineral, a anglo-suíça Xstrata. Caso a Vale leve a Xstrata, ela ampliará sua escala de produção, mas apostará em preços altos para ter conforto ao acomodar uma alavancagem que pode superar os US$ 90 bilhões. Preço que a Xstrata informalmente pede para entregar seus ativos, segundo uma fonte do setor. `O ciclo de demanda por minérios, que vem sendo puxado principalmente pela demanda asiática, tem boas chances de continuidade em 2008`, disse em relatório o analista Daniel Gorayeb, da Corretora Spinelli. Apesar disso, segundo o analista, há o risco de que os preços de todas as commodities fiquem ligeiramente menores em 2008, devido à desaceleração esperada da economia mundial. Se ocorrer, `prejudicará as contas externas de países emergentes, entre eles o Brasil, embora não sendo este o caso mais provável`.A mineradora brasileira anunciou na última sexta-feira produção recorde de 296 milhões de toneladas de minério de ferro em 2007 – um aumento de 12% em relação ao ano anterior quando a companhia produziu 264 milhões de toneladas do insumo -, quase alcançando sua meta de 300 milhões de toneladas. A Vale não atingiu a meta devido ao excesso de chuvas e problemas em equipamentos, que prejudicaram a logística das operações, informou a empresa, em comunicado. A Vale informou que invasões também prejudicaram as operações de sua mina em Carajás (PA). Em 2007, a mina `atingiu a marca histórica de 1 bilhão de toneladas métricas de minério de ferro produzidas desde o start-up das operações em 1985`. Carajás produziu 91,7 milhões de toneladas no ano passado , volume também histórico e 12,1% maior em relação ao apurado no ano anterior. No quarto trimestre de 2007, a produção de minério de ferro da Vale alcançou 78,2 milhões de toneladas, uma elevação de 14,8% em comparação a igual período do ano anterior. Entre vários volumes recordes da empresa em 2007 estão a produção de pelotas e de níquel. A produção de pelotas totalizou 17,6 milhões de toneladas no ano passado, um crescimento de 23,9%, resultado principalmente de novas capacidades de produção que entraram em operação desde meados de 2006. No quarto trimestre, a produção de pelotas alcançou a marca histórica de 4,7 milhões de toneladas, com expansão de 6,4% relativamente ao mesmo período de 2006. Em níquel, o volume atingiu 247,9 mil toneladas no ano passado, alta de 5,6%. Segundo a empresa, o recorde se constitui num dos mais importantes indicadores do sucesso da integração da canadense Inco, adquirida pela Vale em outubro de 2006.
Gazeta Mercantil