Consórcio vai indenizar a Riopol
31/07/07
O consórcio responsável pela construção da Rio Polímeros (Riopol) pagará uma indenização de R$ 142 milhões decorrente do atraso de um ano na entrega da fábrica em operação. O valor foi fechado no último dia 27 entre os acionistas da Riopol – os grupos privados Suzano e Unipar e as estatais Petrobras e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – e as empreiteiras ABB Lummus e Snamprogetti, responsáveis pela administração e construção da obra. A negociação pela indenização já durava havia mais de um ano. O dinheiro deve reforçar o caixa da Riopol, que ainda não atingiu seu limite de capacidade de produção. A empresa pode produzir até 540 mil toneladas de polietileno, o que deve acontecer nos próximos meses. A produção de polietileno à base de gás natural começou em novembro de 2005, no complexo industrial de Duque de Caxias (RJ), um ano depois do previsto. Além do atraso, o valor da construção da Riopol ficou em US$ 1,2 bilhão, uma cifra de US$ 120 milhões superior ao valor inicialmente previsto de US$ 1,08 bilhão. No projeto, os acionistas puseram US$ 496 milhões em recursos próprios e financiaram os demais US$ 702 milhões. Segundo comunicado divulgado ontem pelos dois acionistas privados, a Riopol receberá R$ 142 milhões como receita não-operacional. Os acionistas disseram que o acordo “representa um desfecho favorável” no momento em que a Riopol “consolida sua presença no mercado petroquímico brasileiro”. A iniciativa de pedir um ressarcimento às construtoras nasceu de uma insatisfação inicial da Petrobras, segundo reportagem do Valor publicada dia 3 de novembro de 2005. Os acionistas privados minimizavam o impacto do atraso na entrega da operação. Agora, com o fim da pendência com o consórcio construtor, a missão dos acionistas da Riopol é encontrar um novo executivo para comandar a empresa. No último dia 20, o engenheiro Eduardo Karrer anunciou que deixará a superintendência da Riopol, depois de ter ficado apenas seis meses no cargo. Sua saída, inesperadamente, foi atribuída a motivos pessoais. Ele ficará até a escolha do substituto, o que deve ocorrer nos próximos dois meses. Segundo apurou o Valor, Karrer deve compor o time de executivos do grupo EBX, do empresário de mineração Eike Batista. Suzano e Unipar, os dois maiores grupos petroquímicos, sócios e rivais, são os candidatos naturais a formalizarem uma consolidação dos ativos na região Sudeste. A Braskem controla hoje os principais ativos petroquímicos no Nordeste e no Sul do país, depois de ter adquirido o controle da Ipiranga Petroquímica.
Valor Econômico