Desafio MinerALL busca desenvolver negócios a partir do aproveitamento dos rejeitos da mineração
20/09/18
Na última terça-feira (18), foi dado início às atividades do Desafio MinerALL, iniciativa da Neo Ventures e da Samarco, com apoio da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia INCT MIDAS e Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). Dos mais dos 400 estudantes inscritos no programa, 84 foram selecionados. São jovens alunos de graduação, mestrado e doutorado de diversas universidades de Belo Horizonte e região de Ouro Preto e Mariana.
Esta edição do Desafio tem como foco exclusivo o aproveitamento dos rejeitos (arenoso e lama) da Samarco em outros setores industriais, a partir da pré-aceleração de 17 tecnologias para as quais os participantes deverão realizar estudos de viabilidade técnica, socioambiental e econômica apoiados em metodologia, mentorias, treinamentos e interações com profissionais reconhecidos. Ao longo do Desafio serão realizadas bancas de avaliação, sendo uma em cada mês: outubro, novembro e dezembro. Em meados de dezembro, ocorrerá o Demoday, onde as melhores equipes farão seus pitchs para demonstrar as soluções desenvolvidas.
Durante a abertura realizada ontem (18), o diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, deu as boas-vindas aos estudantes e destacou a importância da parceria da empresa com as universidades. “A Samarco surgiu, no final da década de 1970, por meio de um desafio que era tratar e transportar por meio de mineroduto, um minério de baixo teor. Estamos trabalhando para voltar operar e sabemos que precisamos e devemos continuar inovando. Iniciativas como o Desafio MinerALL ampliam nossas alternativas para que possamos voltar a operar de uma forma ainda mais segura e sustentável”, afirmou.
Na ocasião, os alunos também participaram de dinâmicas para definição das equipes de trabalho e puderam visitar o Complexo de Germano, em Mariana, onde conheceram uma das usinas de beneficiamento de minério da Samarco, a Cava de Alegria Sul, local onde a empresa pretende depositar o rejeito quando retomar suas operações, e o Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI), espaço onde todas as estruturas geotécnicas da Samarco são monitoradas 24 horas por dia, sete dias por semana.
A líder do Desafio MinerALL na Samarco, Alessandra Prata, destacou o nome do projeto. “O MinerALL é escrito dessa maneira para reforçar a ideia de que estamos procurando desenvolver, de forma colaborativa com vários atores da sociedade, soluções de negócios a partir dos rejeitos visando causar impactos positivos no nosso território minerador. Buscamos, pensando em conjunto, soluções não somente para a mineração, mas em especial para a sociedade.”
Dentre os benefícios para os participantes estão o acesso a metodologias de desenvolvimento: treinamentos, mentoria com profissionais reconhecidos, contato com tecnologia e inovação, certificado para aproveitamento de créditos acadêmicos, desenvolvimento de competência para trabalho em equipe, superação de desafios e aproximação com o mercado. E para as equipes finalistas, haverá a possibilidade de escalonamento, aceleração e até mesmo investimento caso as soluções sejam viáveis, além do estágio na Samarco para a equipe vencedora.
Interesse
Selecionada para o Desafio MinerALL, a estudante de Engenharia de Minas da UFOP, Nayara Maria da Silva, que é natural de Congonhas, cidade mineira do quadrilátero ferrífero, destacou a importância de repensar o rejeito. “O desafio de aproveitar o rejeito é de todo o setor da mineração. Por estarmos em uma região de extração em que o teor de minério tem diminuído cada vez mais, temos ainda mais responsabilidade de buscar uma solução”, disse.
O estudante de Engenharia Metalúrgica e de Materais da UFMG, Matheus Monjardim, ressaltou o motivo que o levou a se inscrever no Desafio. “Poder atuar no aproveitamento do rejeito para ajudar a fomentar a economia é muito importante. As mentorias que vamos receber também irão me proporcionar um crescimento profissional e isso também chamou minha atenção”.
“Queremos pensar a mineração de uma forma diferente. A ideia de transformar o rejeito em um produto e contribuir para uma mineração sustentável foi o que me levou a me inscrever no Desafio”, concluiu o graduando em Engenharia Ambiental da UFOP, Lucas Periardi do Amaral.
Além de estudantes da UFOP e da UFMG, também foram selecionados graduandos e pós-graduados do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet), da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH).