Emprego: exigências dificultam colocação
23/10/07
O alto nível de exigências nos processos de seleção de pessoal das empresas torna mais difícil a procura dos candidatos por emprego, principalmente para quem tem baixa escolaridade e não participou das rápidas mudanças na administração e no desenvolvimento da tecnologia, seja na indústria, no comércio ou nas empresas de prestação de serviços. De janeiro a setembro deste ano, das 267,9 mil pessoas inscritas nos 92 postos do Sine em Minas Gerais, 38% completaram o ensino médio e 11,8% se formaram em curso superior ou estão freqüentando a universidade. De outro lado, exatos 50,1% desses trabalhadores sequer completaram o antigo segundo grau, informa Carmem Rocha, superintendente de Trabalho, Emprego e Renda da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social. `Embora seja uma ferramenta fundamental, a qualificação, por si, não gera emprego. É preciso ter boa escolaridade e experiência`, afirma. O governo estadual pretende oferecer cursos de qualificação profissional gratuita a 15 mil pessoas, este ano, com investimento de R$ 7 milhões. Os cursos começaram no início deste mês e vão até janeiro, atendendo os rumos do desenvolvimento da economia em diversos municípios. Na Região Central de Minas, está sendo formada mão-de-obra principalmente para as indústrias de mineração e siderurgia. Em municípios do Sul do estado, como Machado e Poço Fundo, o enfoque está na confecção de roupas e na cafeicultura, ao mesmo tempo em que no chamado circuito das águas – São Lourenço, Caxambu e Cambuquira – os cursos atendem hotéis, bares e restaurantes. A maioria das vagas abertas pelo Cirque du Soleil exige o ensino médio completo e para algumas funções de recepcionistas, atendentes, garçom e cozinheiro, o candidato tem de saber falar inglês. A possibilidade de trabalhar com gente de diversas partes do mundo foi o que mais atraiu o estudante de engenharia mecânica Gustavo Machado Condessa, de 23 anos. `Qualquer experiência nova e o fato de ser no Cirque du Soleil podem representar um trabalho enriquecedor para o currículo`, afirma. Além da fluência no inglês, Gustavo Condessa tem disponibilidade para conciliar o trabalho como professor de matemática com a jornada exigida no apoio aos espetáculos. Os contratados terão que trabalhar durante a temporada, de 22 de novembro a 16 de dezembro, de 14h30 à meia-noite.
Jornal do Commércio – RJ