Especialistas debatem sobre mineração como fator de desenvolvimento socioeconômico para a região Norte
15/06/21
O combate à lavra ilegal e o estímulo à mineração sustentável são medidas que poderão fomentar políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico na região Norte e, em especial, na Amazônia, mantendo a floresta em pé, ou seja, com baixo desmatamento e reduzida ocupação de áreas com a atividade econômica. É o que defenderam nesta 3ª feira (15/6) representantes do setor mineral em webinar.
Para Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), a mineração sustentável adota boas práticas internacionais voltadas ao meio ambiente, à responsabilidade social e à moderna governança (ESG) e é a que deve ser estimulada na região Norte cada vez mais. Mas, para isso, lembrou, é preciso realizar intensamente a pesquisa mineral na região. “O Brasil praticamente não conhece seu subsolo”, alertou. Sem identificar jazidas minerais, não há como expandir a atividade de modo sustentável, voltada a gerar contribuições ao desenvolvimento socioeconômico.
Segundo ele, “nas últimas décadas o Brasil perdeu espaço em importantes segmentos da atividade mineral para outros países, como Chile, Colômbia, Austrália, Canadá, entre outros, em boa parte por não ter investido em pesquisa mineral”.
Brumer também enfatizou que é preciso combater enfaticamente a lavra ilegal – entre outras atividades irregulares – na região Amazônica e criar condições para que haja espaço para a convivência entre a mineração industrial sustentável e o garimpo legalizado, conforme estabelece a Constituição.
Elmer Prata Salomão, Presidente da GEOS Geologia para Mineração, afirmou que “a expansão mineral no Brasil será na Amazônia”. Ele disse compreender que isso possa gerar preocupações ambientais, porém, enfatizou que a mineração sustentável é a mais indicada para ser implantada em uma região densamente ocupada por áreas verdes. “É o mais seguro e adequado caminho para o desenvolvimento da Amazônia. Desenvolver e manter a floresta em pé”, afirmou.
Ronaldo Lima, diretor de Geologia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME) do Pará, concordou com Wilson Brumer que é preciso combater a lavra ilegal e disse que o governo estadual deseja criar um ambiente favorável ao desenvolvimento da pequena mineração e não apenas da mineração em larga escala.
O webinar “Perspectivas de desenvolvimento no Norte” teve a mediação de Francisco Alves, diretor da revista Brasil Mineral. O evento é organizado pela revista e pela empresa Metso: Outotec. Saiba mais clicando neste link.