Indústria de MG lidera alta da produção
12/02/08
A indústria mineira terminou o ano de 2007 com muitos motivos para comemorar e mantendo as boas perspectivas para 2008. Apoiada especialmente nas atividades automotivas e na extração mineral, a produção do estado apresentou o melhor desempenho dentre as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de janeiro a dezembro, a expansão foi de 8,6%, à frente de Espírito Santo e Rio Grande do Sul, segundos colocados com 7,5%, e ainda acima da média nacional (6%). O índice é o melhor dos últimos sete anos e quase o dobro do resultado de 2006 (4,5%).O economista da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo, explica que, de um modo geral, toda a indústria brasileira, no ano passado, teve um padrão de crescimento amparado em três segmentos: bens de capital, bens de consumo duráveis e commodities exportadoras. E o diferencial de Minas, segundo ele, é ter uma estrutura industrial bastante intensa nesses setores. ½O estado liderou a expansão em termos de magnitude porque teve um perfil de crescimento generalizado, envolvendo veículos, eletros, minério, celulose, máquinas e equipamentos, produtos de metal, entre outros?, observa Macedo.Ele acrescenta que, das 13 atividades pesquisadas pelo Instituto, 11 apresentaram acréscimo na produção, em 2007, no estado. O destaque ficou por conta de Veículos Automotores, que liderou a expansão local com uma elevação de 21,7%. Em seguida, aparecem a indústria extrativa (12,1%), máquinas e equipamentos (22,8%), produtos de metal (20,5%), celulose e papel (22,1%) e outros produtos químicos (9%). ½Esse grupo de indústrias tem uma dinâmica associada ao bom desempenho das áreas de bens de consumo duráveis e bens de capital, além de se beneficiar do dinamismo das exportações?, diz o economista. ½Os únicos ramos que fecham o ano com queda são alimentos (-0,5%) e fumo (-0,6%), mas até eles ficaram muito próximos da estabilidade?, comenta. Em nota, o presidente da Fiat Automóveis e do Grupo Fiat na América Latina, Cledorvino Belini, comentou que o mercado de automóveis e veículos comerciais leves teve um desempenho melhor que a média da economia, puxado pela redução da taxa de juros, expansão do crédito, alongamento dos prazos de pagamento, bem como a consolidação do carro flexfuel, que estimulou a troca de veículos a gasolina pelos bicombustíveis. ½Em 2008, o mercado deve crescer 15%, em um cenário que consideramos conservador, atingindo 2,7 milhões de unidades. A produção total, com caminhões e ônibus, chegaria a 3 milhões. Um cenário mais otimista é de crescimento de 20%?, acrescenta. Para as demais atividades, o cenário também deve permanecer positivo, na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Robson Braga. ½Tão importante quanto o ótimo desempenho de 2007 são as perspectivas favoráveis para os próximos anos, fundamentadas, especialmente, no estoque de investimentos previstos para Minas Gerais?, observa. ½Também para que haja crescimento expressivo e constante, são necessárias mudanças estruturais no país para apoiar o setor produtivo, e uma reforma tributária que dê mais competitividade à indústria?, complementa Braga. Perfomance é positiva no paísRIO – O bom desempenho da indústria brasileira no ano passado espalhou-se por todas as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, o que não ocorria desde 2004. Locais com destaque na produção de bens de capital e automóveis, como São Paulo e Minas Gerais, lideraram o crescimento. A indústria paulista cresceu 6,2%, o melhor resultado em três anos. Responsável por 40% da produção nacional, São Paulo representou o principal impacto positivo para a expansão de 6% do setor (segundo divulgou o IBGE na semana passada), em nível nacional.André Macedo, economista do instituto, destacou também o desempenho da indústria da Região Sul, onde a recuperação do setor agrícola levou a um desempenho bem melhor, no ano passado, do que o registrado em 2006. Ele observou que a reação da agricultura ½dá dinamismo a vários setores? na região. O Rio Grande do Sul, que havia registrado um recuo de 2% na produção em 2006, reverteu a perda para uma expansão de 7,5% em 2007. No Paraná, o resultado passou de uma queda de 1,6% em 2006 para um aumento de 6,7%, enquanto Santa Catarina, que havia crescido apenas 0,2% em 2006, registrou expansão de 5,4% em 2007.Por outro lado, a região com menor crescimento da produção no ano passado, de apenas 0,3%, foi o Ceará. Macedo explicou que o principal impacto negativo no estado foi dado pelo segmento de refino de petróleo e produção de álcool (-32%). Segundo ele, a indústria cearense não produziu gasolina em 2007, com impacto na produção industrial local. Além disso, apenas metade das dez atividades investigadas no Estado registraram crescimento na produção.AgroindústriaJá a agroindústria cresceu 5% em 2007, mais do que o triplo do resultado registrado em 2006, quando a expansão foi de 1,5%. Foi o melhor saldo apurado pelo IBGE em três anos e reflete a safra recorde de grãos de 133 milhões de toneladas, o aumento do consumo de alimentos e a alta das exportações e dos preços das commodities agrícolas.O responsável pela pesquisa do IBGE, Fernando Abritta, disse que as perspectivas prosseguem favoráveis para o setor em 2008.
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