Kinross deve triplicar faturamento até 2009
01/10/07
Belo Horizonte, 1 de Outubro de 2007 – A jazida da Rio Paracatu Mineração (RPM), em Minas Gerais, possui o menor teor de ouro em todo o mundo, apenas 0,4 grama por tonelada de terra retirada da montanha. Além disso, a mina está localizada na zona urbana de Paracatu, circunstância que provoca freqüentes reclamações e conflitos com moradores. No entanto, o aumento do preço do metal falou mais alto que as adversidades quando a proprietária canadense Kinross Gold Corporation decidiu investir US$ 470 milhões para triplicar a produção local para 15 toneladas anuais em 24 meses, até a segunda metade de 2008. Em 2002 a onça do ouro (31 gramas) era cotada a US$ 300 no mercado internacional. Em agosto último chegou a US$735. Na sexta-feira, atingiu US$ 752,80 na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York, a cotação mais elevada desde 1980. Assim, a Kinross, que faturou US$ 100 milhões no Brasil em 2006, estima receita de US$ 162 milhões este ano. Em 2009, a expansão e a alta dos preços deverá quase triplicar o faturamento da companhia em relação a 2006, para cerca de US$ 280 milhões, disse José Roberto Freire, presidente da Kinross no País. O executivo disse que a demanda pelo ouro está em alta no mercado e a expectativa é de que haja uma valorização em 10% nos próximos meses. Sempre que há uma desvalorização do dólar, como vem acontecendo sistematicamente, os investidores procuram a commodity como um investimento seguro. Depois de extraído, o minério da RPM é concentrado em barras, numa mistura com prata, cobre e níquel, denominada bullion e enviada para refino em São Paulo. Obtida a pureza absoluta, o ouro é leiloado entre seis grandes bancos internacionais que remetem a produção imediatamente para suas sedes em Londres, Paris ou Nova York. `Nunca tivemos dificuldade para vender a mercadoria`, disse Freire. Além do tradicional uso como lastro para reservas financeiras e adornos, o ouro é largamente utilizado para condução de energia em aparelhos eletrônicos de qualidade superior. No Brasil, a Kinross é proprietária da RPM e compartilha outra jazida de ouro em Goiás, em sociedade com a Anglo Gold Ashanti, onde extrai outras cinco toneladas do minério.
Gazeta Mercantil