Líder iraniano acusa Bush de fazer campanha de ódio
04/09/07
TEERÃ (Reuters) – O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de tentar semear o ódio aos iranianos por ter dito na semana passada que o país tinha colocado a região “sob a sombra de um holocausto nuclear”. Países do Ocidente suspeitam que o Irã possua um programa nuclear secreto para desenvolver bombas atômicas. O Irã diz que seu programa atômico só visa a gerar energia elétrica, e rejeita as exigências da ONU para que interrompa o trabalho com combustíveis nucleares. De acordo com a agência estatal Irna, Khamenei disse que Bush fez comentários “cheios de ódio, arrogantes e violentos.” “A nação iraniana resistiu e vai resistir … Jamais vai se curvar à coerção na questão nuclear e em outros problemas”, disse Khamenei, a principal autoridade da República islâmica. O Conselho de Segurança da ONU impôs duas rodadas de sanções ao Irã desde dezembro, e os Estados Unidos já disseram que vão pressionar por uma terceira rodada se o Irã não parar de enriquecer urânio. O enriquecimento de urânio é a parte do programa iraniano que mais preocupa os países do Ocidente, porque o material pode ser usado em ogivas nucleares. Os EUA afirmam que querem acabar com o impasse pela diplomacia, mas não descartam uma ação militar. Autoridades norte-americanas já disseram que pretendem classificar as Guardas Revolucionárias do Irã como um grupo terrorista. “Os inimigos aumentaram o nível das ameaças, mas deviam saber que uma organização como as Guardas Revolucionárias, que gozam de apoio popular, não pode ser destruída”, disse Mohammad Ali Jafari, recém-nomeado comandante das guardas. O Irã minimizou as ameaças dos EUA, pedindo que o país tire suas tropas do Iraque. “Recomendamos que eles … deixem a região o mais rápido possível e mantenham suas relações com o Islã e com os países da região a certa distância”, disse Jafari, segundo a Isna, em suas primeiras declarações desde sua nomeação. Khamenei anunciou o nome de Jafari no sábado para chefiar as guardas, uma força de base ideológica que se considera guardiã da República islâmica. As guardas têm uma estrutura de comando independente das Forças Armadas.
Reuters