Minas de ouro têm operação garantida
21/09/07
Abastecidos de energia elétrica, projetos em Itabirito e Santa Bárbara vão receber injeção de recursos de R$ 107 mi Mina do Pilar, em Santa Bárbara, já consumiu R$ 25 milhões e começa a operar em outubro de 2008 As minas de ouro de Paciência, nas proximidades de Itabirito, e do Pilar, em Santa Bárbara, na Região Central de Minas Gerais, venceram a etapa que faltava ? garantir o abastecimento de energia elétrica ? para o começo das operações no ano que vem. Os dois projetos acirram a disputa pelo metal no estado, incluídos num bolo de R$ 107 milhões em investimentos da canadense Jaguar Mining, até o fim deste ano e em 2008. A empresa tem como acionistas investidores estrangeiros e brasileiros que atuam no país por meio de sua subsidiária Mineração Serras do Oeste (MSol), dona de direitos minerários comprados de gigantes do setor mineral, como a Companhia Vale do Rio Doce e a AngloGoldAshanti. Juvenil Félix, presidente da MSol, respira aliviado, ao confirmar a garantia no fornecimento de energia e o cronograma das obras das novas reservas. ?O ouro tem uma relação curiosa com momentos de turbulência na economia mundial. Funciona como escudo e se beneficia como ativo financeiro. Não podemos correr o risco de parar os investimentos?, afirma, em referência às oscilações nas bolsas de valores desde o início da crise no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Em Itabirito, o projeto Paciência prevê reserva subterrânea, que começa a produzir em março de 2008, com capacidade para 80 mil onças por ano (cada onça-troy equivale a 31,1 gramas) e uma usina de tratamento do minério. Serão abertos, ao todo, 320 empregos. A mina já foi escavada até a profundidade de 210 metros e as obras civis terminam na semana que vem, liberando a empresa para a fase de montagem dos equipamentos. Localizada numa região de exploração mineral conhecida desde o século 17, a reserva consumiu recursos de R$ 40 milhões, de um total orçado em R$ 106 milhões.
Em Santa Bárbara, a MSol se prepara para a lavra de uma mina também subterrânea, que recebeu investimentos de R$ 25 milhões até o ano passado. As operações devem ser iniciadas em outubro de 2008, abrindo 150 empregos. Conforme levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), dos US$ 28 bilhões de investimentos anunciados na mineração até 2011, US$ 989 milhões serão aplicados na exploração de ouro, que terão impacto num crescimento de 86% da produção brasileira nesse período. Segundo Paulo Camillo Penna, presidente do instituto, as empresas do setor temem que os seus projetos sejam prejudicados pela carência de infra-estrutura de logística de transporte e energia, principalmente. ?Se elas já enfrentam esse problema na transformação dos principais minerais, o maior temor é de que mais adiante os próprios projetos de expansão da produção se tornem inviáveis?, afirma. O forte ciclo de investimentos reflete o crescimento do consumo de minerais no mundo. Carro-chefe da expansão, o segmento do minério de ferro receberá US$ 9,6 bilhões nos próximos cinco anos, seguido pelos projetos de aumento da produção do níquel, com US$ 7,68 bilhões, que vão permitir acréscimo de 248,7% ao atual volume produzido. As dificuldades que a indústria da mineração enfrenta para investir serão discutidas por representantes de grandes empresas no 12º Congresso Brasileiro de Mineração, semana que vem, em Belo Horizonte. O evento será realizado no Expominas, onde também estarão 70 fornecedores da indústria mineral na Exposição Internacional de Mineração (Exposibram). foto: Renato Weil
Estado de Minas