Minério baiano desperta interesse de 120 empresas
26/10/07
Companhias nacionais e internacionais adquiriram edital de licitação para exploração de nove áreas no estado; Pouco mais de um mês após o início da licitação para exploração comercial de nove áreas de mineração no estado, mais de 120 editais já foram adquiridos por empresas nacionais e internacionais. O balanço apurado até o momento revela, segundo o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Paulo Fontana, o alto grau de interesse que essas regiões têm despertado junto aos potenciais investidores. Embalado pelo resultado, o mercado estadual já projeta um novo cenário de crescimento, com a conquista, nos próximos três anos, do quarto lugar em receita mineral no país. ?A Bahia detém atualmente a quinta colocação, com uma arrecadação de pouco mais de R$1,3 bilhão por ano. Contudo, esperamos ampliar essa posição, ultrapassando, nos próximos anos, os R$2 bilhões?, afirma. No caso das áreas em licitação no estado, alguns locais têm atraído uma maior atenção do empresariado, a exemplo de regiões ricas em níquel, como a de Pedras Altas, e em outros materiais como sulfeto de zinco e fosfato primário (Irecê), minério de zinco (Mundo Novo) e ouro (Itapicuru). ?Entre os licitantes, estão empresas de diversos países, incluindo Canadá, Austrália e Estados Unidos. A expectativa é vender todas as áreas?, completa. A apresentação dos documentos de habilitação e o recebimento das propostas técnicas e financeiras de cada empresa serão efetuados em datas pré-definidas, a partir de 12 novembro até 6 de dezembro. Dentre os objetivos da concorrência, está a proposta de tonar a CBPM auto-sustentável, pois a empresa, vinculada à Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, vem registrando uma arrecadação mensal de apenas R$60 mil, contra despesas da ordem de R$2,5 milhões. Com o processo licitatório, a Companhia deverá arrecadar, somente com o chamado prêmio de oportunidade ? valor inicialmente pago pelas pontos licitados ? cerca de R$10,3 milhões, além dos royalties mensais. Fábrica – A fase de expansão do setor mineral é motivada ainda pelo projeto de instalação, no município baiano de Itagibá, da fábrica da Mirabela, um investimento de R$670 milhões. Conforme ressalta Fontana, durante o período de implantação da unidade, que vai de novembro deste ano até março de 2009, serão gerados nove mil empregos entre diretos e indiretos. ?Já na fase de operação, serão criados dois mil postos de trabalho?, acrescenta. Com a nova planta, a CBPM receberá, em royalties resultantes da exploração do níquel, cerca de R$1,2 milhão por mês. Aliada à ampliação do ramo mineral no estado, está o incremento da atividade no Brasil e no mundo, contexto ancorado na grande demanda por metais, como o ferro e o níquel, nos mercados asiáticos e europeu. Em virtude da boa fase, a previsão é que nos próximos quatro anos a cadeia produtiva da mineração responda pela injeção de cerca de US$28 bilhões na economia nacional. Além de permitir a auto-sustentabilidade da estatal, o lançamento dos editais deve contribuir também para o desenvolvimento do semi-árido baiano, já que das nove oportunidades minerais disponibilizadas, oito estão situadas nessa região. O processo licitatório prevê ainda a transferência, para o investidor privado, de áreas com concentrações de chumbo, areia silicosa, calcário calcilítico, barita e talco, totalizando mais de 275 mil hectares e abrangendo um total de 25 municípios baianos.
Correio da Bahia