Ouro atrai US$ 1 bi e canadenses iniciam aporte
25/09/07
BELO HORIZONTE / RIO DE JANEIRO – Dos US$ 28 bilhões de investimentos anunciados na mineração até 2011, conforme levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), US$ 989 milhões serão aplicados na exploração de ouro. Desse total, R$ 107 milhões serão investidos pela canadense Jaguar Mining, até o fim deste ano e em 2008, nas minas de ouro de Paciência (Itabirito), e do Pilar (Santa Bárbara), em Minas Gerais. A mineradora confirmou os aportes após ter recebido a garantia de que terá o abastecimento de energia elétrica nos projetos garantido. O investimento dependia do fornecimento de energia elétrica para as duas plantas. Assim como parte da indústria brasileira, a mineradora temia que os seus projetos fossem prejudicados pela carência de infra-estrutura de logística de transporte e energia, principalmente, no País. “O ouro tem uma relação curiosa com momentos de turbulência na economia mundial. Funciona como escudo e se beneficia como ativo financeiro. Não podemos correr o risco de parar os investimentos”, diz Juvenil Félix, presidente da Mineração Serras do Oeste (MSol), dona de direitos minerários comprados de gigantes do setor mineral, como a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a AngloGoldAshanti. Reserva subterrânea e usina Com o afastamento do possível desabastecimento energético, o grupo canadense vai manter o cronograma das obras das novas reservas.
Em Itabirito, o projeto prevê reserva subterrânea, que deverá começar a produzir em março de 2008, com capacidade para 80 mil onças por ano (cada onça troy equivale a 31,1 gramas) e uma usina de tratamento do minério. A mina já foi escavada até a profundidade de 210 metros. As obras civis terminam esta semana, liberando a empresa para a fase de montagem dos equipamentos. Em Santa Bárbara, a MSol se prepara para a lavra de uma mina também subterrânea, que recebeu investimentos de R$ 25 milhões até o ano passado. As operações devem ser iniciadas em outubro de 2008. “Os dois projetos dão continuidade aos investimentos que vêm sendo feitos na região”, explica o presidente da MSol, que tem como acionistas investidores estrangeiros e brasileiros. Concessão pela Internet Empresários do setor mineral aguardam a aprovação do novo modelo de concessão de áreas de exploração e instalação de bases de produção mineral, que será via Internet. A expectativa do Ministério de Minas e Energia é de que o novo modelo passe a ser utilizado já em 2008, com a aprovação do projeto de lei que trata da outorga on-line. O projeto está na Casa Civil e será encaminhado para tramitação no Congresso Nacional nas próximas semanas. O objetivo é tornar mais ágil o processo de outorga e concessão de novos projetos de exploração mineral, que serão desenvolvidos em um tempo mais curto. Carlos Nogueira Junior, da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, órgão ligado ao Ministério, explica que a burocracia e a demora dos prazos de concessão atrapalham o desenvolvimento do setor. “O novo modelo irá acabar com a especulação e com o latifúndio mineral”, avalia Nogueira. O sistema de controle das áreas de exploração, segundo Nogueira Junior, já está praticamente todo informatizado, o que permite a integração entre os estados e municípios com atividades de base mineral. Com a informatização, o tempo de espera para uma avaliação de projeto caiu de três anos para cerca de três meses.
DCI