Pará caminha para liderar mineração
30/09/07
Uma comitiva de 40 empresários, liderada pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), através do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) e representantes do governo do Estado participou nesta semana da Exposibram, a Feira da Mineração, em Belo Horizonte (MG). Durante a feira, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) lançou um encarte sobre o panorama da mineração brasileira. Os números no documento comprovam a expectativa de que o Pará deve assumir a liderança da produção de minérios no País, ultrapassando Minas Gerais, que historicamente ocupa a primeira colocação. `O evento é uma grande vitrine para empresas fornecedoras e para cada região. São 362 expositores, com empresas de onze países. E o Pará ganha destaque. É importante trazer o empresariado paraense estar presente para mostrar também nossos produtos, saber das futuras demandas e se atualizar, para garantir espaço nos próximos investimentos`, avalia David Leal, coordenador do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF). Tais investimentos devem chegar à casa de US$ 8,5 bilhões até 2010, em 14 projetos de mineração em implantação ou expansão espalhados pelo Pará. Em relação ao valor de produção, Minas Gerais fechou 2006, com quase R$ 14 bilhões; e o Pará, próximo a R$ 7 bilhões, traduzindo um crescimento de 20% em relação aos R$ 5,8 bilhões do ano anterior. Segundo cálculos do Ibram, a tendência é que o resultado paraense dobre em três anos e atinja a casa do R$ 14, 2 bilhões, ultrapassando Minas Gerais. `Isso levando em conta apenas os projetos que já estão previstos. Podem surgir mais, com o crescimento das pesquisas em mineração`, explica David Leal. NÍQUEL Para esse salto, a produção de níquel está entre os principais responsáveis. `A partir de 2008, temos a expectativa que a produção brasileira deste metal triplique`, afirma Paulo Camillo Penna, presidente do Ibram. Comprovando isso está a demanda pelo minério. Somente a China, segundo o Centro de Pesquisas do governo, aumentará a demanda em 62% até 2010. O Pará será decisivo nesse crescimento da produção de níquel, fato que também o elevará, em apenas um ano, para a primeira colocação nesse segmento, colaborando também para que o Estado chegue ao topo da mineração em todo o País. Segundo dados do Ibram, divulgados na Feira da Mineração em Belo Horizonte, os estados de Goiás e Minas Gerais dividiam sozinhos, até 2005, o bolo da produção de níquel no Brasil, com participação de 83,5% e 16,5 % cada, respectivamente. Atualmente, o Brasil é o sétimo maior produtor do mundo, com 82.492 toneladas em 2006. Com dois grandes projetos em instalação no Estado, somente a produção paraense irá superar o total do País em 2006. A expectativa é que, em operação, as minas do Pará produzam cerca de 104 mil toneladas de níquel anualmente. Dois grandes projetos serão os responsáveis por inserir o Pará nesse contexto, entrando como líder nesse mercado. Já para este ano, a CVRD deve investir no Projeto Onça Puma, em Ourilândia do Norte, US$ 613 milhões. A mina deverá entrar em operação no quarto trimestre de 2008, com capacidade de produção de 58 mil toneladas por ano. O investimento total no projeto é de US$ 1,4 bilhão. Outro projeto no Pará, o Vermelho, em Carajás, terá produção estimada em 46 mil toneladas anuais de Níquel Metálico, recebendo investimentos de cerca de US$92 milhões. O total do projeto deverá receber US$ 1,2 bilhão. Nos dois projetos, boas notícias também para a geração de empregos. São esperadas mais de 8 mil novas vagas. `Esse número certamente pode ser ainda maior pela participação das empresas paraenses fornecedoras. Em Belo Horizonte tivemos um encontro com a área de engenharia da CVRD e os executivos se mostraram favoráveis a abrir ainda mais espaço para as fornecedoras do Pará`, afirma David Leal. Segundo ele, a valorização do níquel no mercado internacional incentivou novos investimentos no setor, o que vai garantir oportunidades para as empresas paraenses. `A cotação do mineral saltou de US$ 8 mil por tonelada há cinco anos para o nível atual de US$ 35 mil. Isso mostra um ambiente altamente favorável para parcerias e novos investimentos entre as empresas detentoras de tecnologia de fora do Estado e as fornecedoras paraenses. A maioria delas já está num bom nível e possuem credibilidade junto à CVRD, caminho que está sendo percorrido por várias indústrias do setor metal-mecânico e de engenharia do Pará`, explica David Leal. De acordo com David Leal, apenas com a forte integração entre os paraenses será possível negociar com maior facilidade juntos aos executivos das grandes empresas. `Na comitiva os empresários puderam perceber o quanto que juntos, unidos, podemos trabalhar pela geração de oportunidade e negócios, oferecendo serviços em maior escala e gerando fortes parcerias mesmo entre as empresas paraenses`, explicou David Leal.
O Liberal – Pará