Paraíba: turismo e mineração são eixos prioritários
27/11/07
O atual governo da Paraíba elegeu dois eixos prioritários de desenvolvimento: turismo e mineração. “No setor de turismo buscamos mais investimentos para o Estado, que hoje tem menos de 7 mil leitos na pequena orla de João Pessoa, contra 35.300 do Rio Grande do Norte e 30 mil de Pernambuco”, diz Roberto Braga, secretário de Turismo e Desenvolvimento da Paraíba. Segundo ele, há muito espaço e ótimas chances de retorno para quem investir lá. O grupo espanhol InmoValero, que está investindo R$ 1 bilhão na construção no primeiro grande resort da Paraíba, na praia de Pitimbu, próxima de João Pessoa, numa área de 337 hectares. As obras começam em dezembro e devem terminar em dois anos. O empreendimento terá três hotéis 5 estrelas, com campo de golfe, heliporto, marina, spa, vilas e bangalôs.
Também será construído em 2006 um centro de convenções em João Pessoa, com auditório para 3 mil pessoas. “Não tínhamos condições de trazer grandes eventos internacionais para cá, mas no próximo ano já vamos abrigar o Congresso Internacional de Naturismo”, conta Braga. Ele destaca outro projeto, o Pólo Cabo Branco – área de 507 hectares, que será objeto de licitação internacional em 2008. “Temos um cardápio mínimo para os candidatos, como pista de golfe, três a quatro resorts, pista de pouso e área para segunda residência.” Outra ação é a interiorização do turismo em cinco instâncias (brejo paraibano, sertão, região do Cariri, litoral e agreste ). Trata-se de consórcios de várias cidades, que decidem conjuntamente os projetos a serem implantados. A instância do brejo paraibano, por exemplo, envolve 16 cidades turísticas e é voltada para o roteiro da “civilização do açúcar”. Todas deverão ser implantadas em 2008.No caso da mineração – a Paraíba é rica em gemas, minerais cerâmicos e metalúrgicos e granito – foi desenvolvido um projeto envolvendo 17 municípios, com ações estruturadas entre ministérios, secretarias estaduais e universidades. “A partir de 2008, vamos alfabetizando e dar cursos de capacitação para garimpeiros, que hoje são mais de 6 mil no Estado”, diz Braga. “Teremos seis cooperativas, das quais três estão estruturadas”. Em Junco do Seridó será criado o Shopping da Pedra, onde os garimpeiros poderão colocar seus produtos em lojas. O governo pretende recuperar três lapidários abandonados e criar mais dois, o que deverá agregar valor aos produtos. “A H.Stern já se dispôs a comprar as pedras lapidadas”, diz.Entre as empresas que aumentam sua presença na Paraíba constam a maior rede de lojas de materiais esportivos da América do Sul, o Grupo SBF (que reúne as marcas Centauro, By Tennis e Almax Sports). A empresa está construindo seu novo centro de distribuição em João Pessoa. A obra, que exigiu investimentos de R$ 30 milhões, deverá ser concluída em 2008. Além disso, a empresa ampliou e reinaugurou, em julho, a loja da Centauro no Manuara Shopping.Segundo o presidente do Grupo, Sebastião Bomfim Filho, além do centro de distribuição, a empresa construirá um centro de treinamento e um administrativo em 2009. “O objetivo é atender todo Nordeste, que hoje representa 35% do nosso negócio”, diz. A intenção é abrir mais 10 lojas até 2010. A Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep) desenha um projeto de desenvolvimento para o Estado com base nas suas vantagens competitivas. “Não vamos buscar as grandes empresas, que acabam se colocando num leilão em busca de benefícios, mas fomentar o pequeno empreendimento de calçados, têxteis e outros que não dependam tanto de recursos hídricos”, diz Francisco Gadelha, presidente da entidade. Ele aposta no crescimento do segmento calçadista. “Trouxemos profissionais de Milão e do Rio, de modo que unimos tecnologia e moda”, afirma. Foi criado um centro tecnológico em calçados e em couro.A Paraíba tem ainda um pólo de minerais não-metálicos (ali a Votorantim produz 25% do cimento do Nordeste, por exemplo), de porcelanato (Cerâmica Elizabeth) e único produtor de titânio nacional, em Mataracá.Nos últimos cinco anos, houve um forte incremento softhouses, que têm como clientes a Infraero, Receita Federal e polícia de Madri. “Todo o suporte para a TV digital brasileira foi desenvolvido em Campina Grande”, afirma Gadelha. (V.P.)
Valor Econômico