Pesquisa com gestores aponta divergências na exposição ao risco
11/09/07
São Paulo, 11 de Setembro de 2007 – Há várias divergências de opinião entre fundos de pensão e gestores de recursos sobre o nível de risco aos quais as carteiras de investimento devem se expor. Foi o detectou a primeira pesquisa realizada pela consultoria Towers Perrin em parceria com a NetQuant, com 13 dos maiores gestores institucionais de 56 fundos de pensão, com patrimônio total de R$ 40 bilhões – média de R$ 715 milhões por fundo. Segundo a pesquisa, os gestores de recursos sugerem alocações de 15%, 29,5% e 44,5% na fatia de renda variável, para perfis de investimento conservador, moderado e agressivo, respectivamente. Os fundos, no entanto, preferem adotar uma postura bem mais conservadora: a aplicação média em renda variável aceita era de 16%,7%, no final de 2006. No atual cenário de juros baixos, os gestores também apontam como mais adequado uma exposição de 20%, 30% e 41% (para perfis conservador, moderado e agressivo) para aplicação em títulos com risco de crédito. Também nesse quesito, os fundos de pensão ainda estão bem distante da recomendação. Em média optam por colocar apenas cerca de 17,1% do portfólio nesses títulos. O objetivo do estudo, de acordo com a consultora sênior da Towers Perrin, Alessandra Cardoso, foi conhecer a posição dos gestores frente a novos veículos de investimentos e ao cenário econômico de constante queda das taxas de juros. Os gestores apostam no aumento expressivo da utilização de fundos multimercado com renda variável, disse ela. Conforme a pesquisa, a perspectiva para o final de 2007 é de uma alocação de 26,3% do patrimônio nesse tipo de aplicação, percentual bem maior que no final de 2006, quando era de 18,6%. Dentro da lógica do aumento do risco dos portfólios dos fundos de pensão, esse veículo proporciona uma maior liberdade de ação na gestão e tem sido cada vez mais utilizado, na opinião dos gestores de recursos, afirma. Embora a maioria dos gestores espere um aumento da exposição em títulos privados, há uma divergência muito grande sobre o retorno proporcionado por esses ativos. É interessante, diz Cardoso, a recomendação unânime dos gestores: fujam do crédito duvidoso, utilizem apenas títulos com grau de investimento. Na renda variável a principal divergência foi sobre o índice de referência. Todos os gestores sugeriram a utilização do IBrX ou do IBrX-50, que são bastante parecidos. Entretanto, 30% das fundações pensa diferentemente, utilizando-se do Ibovespa ou da meta atuarial como referência. Sobre a performance esperada dos setores econômicos com melhores perspectivas para 2007, houve novamente grande divergência de opiniões. No geral, porém, a pesquisa detectou como setores de melhor performance os de mineração e energia, com possibilidade de variação de 5,0% e 4,0% acima da performance geral do mercado. Para os setores de telecomunicações e energia é esperada performance de menos 2,1% e menos 1%, inferior ao índice de referência.
Gazeta Mercantil