Preço afasta concorrentes do leilão da ferrovia Norte-Sul
03/10/07
Sem nenhuma concorrência, a ferrovia Norte-Sul vai a leilão hoje, em São Paulo, com o nome do vencedor praticamente definido: a Companhia Vale do Rio Doce. A mineradora foi a única que depositou as garantias exigidas por lei e confirmou sua presença no leilão. Uma das possíveis explicações para o esvaziamento do leilão da Ferrovia Norte-Sul é o preço mínimo da subconcessão, calculado em R$ 1,478 bilhão. Um projeto desta magnitude apenas pode ser arrematado por uma empresa com grande suporte financeiro, avalia o diretor da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça. Além da Vale do Rio Doce, as outras empresas que se pré-qualificaram sentiram na pele esse peso. Um diretor da Alvorada Serviços de Engenharia, que prefere não se identificar, traduziu a dificuldade em uma frase: “Faltou dinheiro”. Segundo ele, o valor do leilão era muito alto e a empresa não conseguiu financiamento para participar da disputa. “O grau de risco é elevado para um investimento tão alto. Quando vimos a dimensão do projeto, entendemos que não era para nós. Somos de médio porte.” Mesmo assim, a empresa conseguiu se pré-qualificar. Vilaça acredita que a falta de concorrência no leilão da Norte-Sul é uma indicação de que o setor ainda precisa de mais estabilidade, seja no lado jurídico, ambiental ou tributário. De qualquer forma, ele acredita que a subconcessão dará maior poder de fogo para levar a ferrovia adiante.
O Estado de S. Paulo