Produção mineral do País deve girar R$ 40 bilhões neste ano
18/09/07
A produção mineral brasileira deverá encerrar o ano acima dos R$ 40 bilhões, elevando em 11% o resultado obtido em 2006. A previsão é do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). A entidade destaca o aumento da produção do níquel, metal que está em forte demandada e com estoques baixos em todo o mundo. Em 2006, foram produzidas 82 mil toneladas, contra 74 mil em 2005, um crescimento na casa dos 11%. A expectativa da entidade é que a partir de 2008 esta produção triplique, com a entrada de novos projetos. O cobre é outro exemplo de metal com forte potencial de crescimento na produção para os próximos anos. De acordo com o Ibram, o início da operação da mina de Salobo, da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), situada em Marabá (PA), garantirá inclusive a auto-suficiência do Brasil neste tipo de metal. Atualmente, parte do consumo nacional precisa ser importada. Com produção prevista para começar em 2010, a mina de Salobo terá capacidade anual de 100 mil toneladas de cobre. Segundo Antonio Lannes, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Ibram, este volume poderá inclusive tornar o Brasil um país exportador do metal. Mas o minério de ferro continha sendo o principal produto da indústria local. Entre janeiro e junho deste ano a produção atingiu 122,3 milhões de toneladas, um crescimento de 5,8% sobre o volume do primeiro semestre do ano passado. O presidente do Ibram, Paulo Camillo Pena, acredita que o processo de crescimento do metal deverá permanecer acelerado pelo menos até 2015. Entre 24 e 27 de setembro, o instituto promoverá em Belo Horizonte (MG) o 12º Congresso Brasileiro de Mineração, que ocorrerá simultaneamente à Exposição Internacional de Mineração (Exposibram). A entidade lançará na ocasião um encarte que traz o panorama mineral brasileiro de seis minérios e pretende acrescentar mais 30 produtos até o final deste ano. Fornecedores O setor de mineração deverá investir R$ 56 bilhões entre 2007 e 2011, para aumento de capacidade e melhoria na infra-estrutura. Os fornecedores de máquinas e equipamentos para o setor, entretanto, não demonstram otimismo. “Precisamos ver se todos estes projetos anunciados vão sair do papel. Muitos já foram postergados”, diz Carlos Trubbinanelli, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Cimento e Mineração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Segundo ele, as empresas anunciam os projetos e depois adiam a implementação. “O setor vai bem, mas poderia estar melhor”, avalia o executivo. Segundo ele, os fabricantes viveram bons períodos nos últimos anos, com crescimento na casa dos 30% a 40% ao ano. Mas a curva caiu, e a expectativa é de que este crescimento passe para cerca de 10% a 15% anuais. Esta previsão fica abaixo das expectativas dos fabricantes. Eles esperavam mais encomendas no primeiro semestre e acabaram frustrados com a demanda. Os fornecedores de componentes, por exemplo, estão entregando pedidos de 2006. “O ritmo está menor”, diz. Trubbianelli conta que as empresas possuem capacidade de atender os pedidos da indústria de mineração, que muitas venham optam pelas importações. Estas, afirma ele, têm prejudicado o setor. “A tendência é entrar cada vez mais máquinas da China”, diz. Ele conta que em alguns casos os preços dos produtos asiáticos chegam a ser 50% inferiores aos praticados pela indústria brasileira. A produção mineral brasileira deverá encerrar o ano com giro acima de R$ 40 bilhões, elevando em 11% o resultado obtido no ano passado, de acordo com previsão do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
DCI