Produtores em Carajás produzem mais, sem agressão ao meio ambiente
30/10/07
Longe da prática de queimadas e desmatamento, produtores rurais do sudeste do Pará descobrem que é possível produzir com mais qualidade sem agredir o meio ambiente. É o que mostra matéria da assessoria de imprensa da Companhia Vale do Rio Doce, publicada a seguir. Consciente de sua responsabilidade com o meio ambiente, o produtor rural Gervásio Gomes dos Santos, 62 anos, administra sua pequena fazenda na Área de Proteção (APA) do Igarapé Gelado, da Floresta Nacional de Carajás, localizada em Parauapebas, a 547 km de Belém. Há 18 anos na região, o pequeno agricultor se orgulha ao afirmar que há sete não faz mais uso de desmatamento e de queimadas. Durante 11 anos, Gervásio achava que queimar era a solução para sua lavoura. Hoje, a mecanização do solo é sinônimo de colheita farta. Não é mais preciso comprar arroz, milho e mandioca – sua lavoura garante comida para a família de oito filhos e dois netos e uma renda extra, já que a produção do milho também sustenta a criação de galinhas. ?Não queimo mais e sou contra quem queima. Descobri que com a mecanização do solo e sem queimadas, tenho mais rendimento na lavoura e amplio a área de plantio?, reconhece o pequeno agricultor, comemorando o aumento de 60% de sua colheita, depois das novas práticas no campo como correção de solo, adubação e eliminação de agrotóxicos. Gervásio é um dos 92 produtores rurais que participam dos projetos de geração de emprego e renda para pequenos agricultores da APA do Gelado, de 21.600 hectares, vizinha ao projeto Mina de Ferro Carajás da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). As 92 famílias contam com o Programa Alternativo ao Desmatamento e às Queimadas (PADEQ-PDA), realizado em parceria com Vale, IBAMA, Prefeitura de Parauapebas, Associação de Produtores da APA do Gelado e Cooperativa Mista de Produtores Rurais de Carajás (Cooper). O projeto oferta aos agricultores mudas, sementes, adubo e mecanização da terra. Assim, as famílias têm 100 % de lucro sobre o que produzem; sua tarefa é plantar, cuidar da lavoura e colher. E antes mesmo da colheita, a venda já está garantida, pois a Cooper compra toda a produção dos associados, revende e transforma o valor arrecadado em melhorias para própria comunidade da APA. Outro grande objetivo do projeto é preservar a mata. Em 2006, ano da implantação do projeto contra queimadas e desmatamento, a Vale, em parceria com as demais entidades, já conseguiu incentivar a redução de 80% de queimadas, média que estima manter em 2007. Até 2009, a meta é extingui-las. PADEQ Iniciado em julho de 2005 na APA do Igarapé Gelado, o PADEQ-PDA é um projeto de desenvolvimento da economia local, com diagnóstico sócio-ambiental, instalação de sistemas agro-florestais (viveiros de mudas, coletas de sementes e cursos de beneficiamento de produtos agro-florestais) e recuperação de áreas degradadas. Segundo João Elias, de relações com comunidades da Vale, a implantação de projetos por meio do PADEQ trouxe vários benefícios. ?Além de despertar a educação ambiental e proporcionar melhor qualidade de vida das comunidades vizinhas ao projeto Mina de Ferro Carajás, a iniciativa melhorou a renda e ensinou a produzir com tecnologia, o que tem incentivado os filhos de agricultores a investirem na propriedade como forma de garantir o futuro de sua família?, avalia João Elias.
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