Recuperação da mata ciliar
16/08/07
A campanha de reflorestamento da mata ciliar do Rio Ribeira, denominada ?Cílios do Ribeira?, lançada no fim de semana, em Registro (SP), envolve o governo federal, governos estaduais, prefeituras e organizações não-governamentais (ONGs). Pela primeira vez, um plano abrange toda a região do Ribeira, envolvendo o Paraná, onde está a nascente do rio, e São Paulo onde se destaca como bacia hidrográfica. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná aderiu à campanha e além do reflorestamento vai discutir um modelo de desenvolvimento sustentável para a região. O avanço da agricultura sem planejamento é o que preocupa governos e ONGs, em função de a região concentrar a maior extensão contínua de remanescentes da Mata Atlântica do País. Mapeamento feito por satélite revela que, de 1985 a 1999, aumentou em 27% o espaço ocupado pela agricultura em áreas de preservação permanente. Treze municípios paranaenses O projeto requer R$ 26,35 milhões para o reflorestamento da área estimada em 10.500 hectares em toda a bacia do Rio Ribeira. Parte desses recursos serão financiados pelo governo federal. O projeto prevê a recuperação com espécies nativas em áreas hoje ocupadas até a beira do rio por pastagens, arroz irrigado e banana. A campanha vai envolver 13 municípios paranaenses: Campo Largo, Colombo, Rio Branco do Sul, Quatro Barras, Doutor Ulisses, Adrianópolis, Cerro Azul, Bocaiúva do Sul, Itaperuçu, Guaraqueçaba, Morretes e Antonina. As ações incluem proteção dos recursos naturais, em especial dos rios da região e da sociobiodiversidade local; a valorização e remuneração dos serviços ambientais prestados pela população local; recuperação das matas ciliares para uso ecológico e sustentável; investimento em infra-estrutura e em serviços destinados ao turismo rural; educação socioambiental; e o reconhecimento da população do Vale do Ribeira como parceira para a execução dessas políticas públicas. Patrimônio da humanidade O Vale do Ribeira possui um dos mais importantes mosaicos de áreas protegidas do País, um dos maiores complexos de cavernas, sítios arqueológicos e, por isso, é considerado patrimônio histórico e ambiental da humanidade pela Unesco e é parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Na região, residem cerca de 470 mil pessoas, entre população urbana, comunidades tradicionais que representam uma das mais ricas diversidades sociais e culturais do País e produtores rurais.
Paraná Online