Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e Vale assinam convênio para estudo e propagação de plantas raras de Minas Gerais
22/06/23
Cientistas e pesquisadores de todo o Brasil, com a coordenação da APTA Regional de Piracicaba, da Agência Paulista de Tecnologia de Agronegócios, ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo, e a Vale estão pesquisando técnicas para propagação e multiplicação de plantas raras e endêmicas do Quadrilátero Ferrífero/Minas Gerais. O intuito é garantir a sobrevivência das espécies e a criação de novos protocolos para produção em viveiros, reintrodução em ambientes alterados, introdução em novos locais e estudos genômicos, ciência que estuda a formação dos organismos com o objetivo de entender a sua estrutura e função, possibilitando definir estratégias personalizadas de rastreamento, prevenção e inovação.
O projeto denominado de “Rede Propagar” conta com pesquisadores de Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) como: APTA, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
No Brasil, enquanto algumas plantas de importância econômica e ecológica são intensamente estudadas, outras espécies mais vulneráveis, como as endêmicas dos campos rupestres, recebem menos esforços de pesquisa, necessitando do estabelecimento de ações e programas de conservação. Neste sentido, novas pesquisas podem contribuir para compreender a dinâmica populacional das espécies e garantir sua sobrevivência.
“Na literatura atual não temos informações técnicas sobre propagação e produção de muitas das plantas endêmicas dos campos rupestres do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais em viveiros. Esse trabalho irá contribuir efetivamente não só para sobrevivência e reprodução de espécies raras, mas também como suporte para o desenvolvimento de planos de conservação e manejo, além de deixar um importante legado científico. Para a sociedade em geral, as informações contribuirão para atividades de educação ambiental e conservação da biodiversidade, podendo ser utilizadas por escolas, associações comunitárias, ONGs e demais grupos que se interessem pelo tema, como por exemplo uma produção em maior escala destas espécies”, destaca Ana Amoroso, engenheira florestal da Vale.
“Os resultados irão viabilizar avanços científicos inéditos, novas estratégias de conservação e recuperação da biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero, além de fomentar o desenvolvimento sustentável e econômico das comunidades locais, uma vez que o conhecimento será compartilhado, através de cartilhas e outros meios de comunicação, para uso por pequenos produtores e viveiristas o que irá viabilizar o aumentando da produção e distribuição dessas espécies”, destaca a professora e doutora Maria Zucchi, da APTA Regional de Piracicaba.
As plantas resultantes dos processos de germinação de sementes e micropropagação serão transferidas para a estufa agrícola para testes de substratos, crescimento e aclimatação e serão expostas a diferentes ambientes de aclimatação buscando tratamentos que aumentem a sobrevivência das mudas quando transplantadas na natureza. Também importante destacar que a revegetação de áreas degradadas com a introdução dessas espécies nativas, já adaptadas às condições ambientais presentes, pode acelerar a recuperação ambiental e aumentar a possibilidade de sobrevivência nestas áreas.
Reservas próprias em Minas Gerais
Um exemplo é a RPPN Mata do Jambreiro, que ocupa uma área de 912 hectares na Mina de Águas Claras, em Nova Lima (MG). A reserva se configura em um bolsão de preservação da Mata Atlântica de alto valor para a conservação na Região Metropolitana de Belo Horizonte.