Seminário mostra importância da bauxita
10/09/07
No Seminário “Bauxita & Alumínio: Desafios e Perspectivas”, promovido pelo IBRAM no final de agosto, em Belo Horizonte (MG), levantou-se a questão dos investimentos no mineral e na indústria do alumínio em Minas Gerais, como também o processo de licenciamento ambiental para a lavra.
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A Associação Brasileira de Alumínio (ABAL) revelou que nos últimos cinco anos as indústrias de alumínio investiram cerca de R$ 11 bilhões no aumento da capacidade de produção, em tecnologia e na melhoria de processos de desenvolvimento econômico, social e ambiental. Tal investimento possibilitou;à indústria brasileira do alumínio fechar 2006 com um recorde de produção de consumo doméstico e exportações de US$12 bilhões, contribuindo com 4,3% do PIB brasileiro.
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A indústria de alumínio gerou em 2006, no Brasil, 128 mil empregos, sendo 58 mil diretos. “O alumínio resolveu crescer de forma sustentável. A indústria do mineral escolheu investir em alta geração de energia como base para seu crescimento”, afirmou Luiz Carlos Loureiro Filho, presidente da ABAL.
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O presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, complementou. “Compete ao IBRAM mostrar e comprovar que a indústria da mineração brasileira, tão estigmatizada e tida como vilã do meio ambiente, é, na realidade, integrante do desenvolvimento sustentável”, discursou.
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Bauxita no Brasil
A discussão é fundamental, uma vez que o Brasil é o segundo maior produtor mundial de bauxita e possui a terceira maior reserva do minério no mundo. Só no Brasil estão 5,9 bilhões de toneladas de bauxita, encontradas em jazidas nos estados do Pará e de Minas Gerais. Uma curiosidade: para se produzir uma tonelada de alumínio são necessárias de quatro a cinco toneladas do minério.
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Prefeituras debatem a bauxita
As prefeituras de Minas Gerais participaram ativamente das discussões sobre a indústria do alumínio e a exploração de bauxita (matéria-prima do alumínio) na região, durante o seminário promovido pelo IBRAM.
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O prefeito de Simonésia, Laerte Augusto, revelou, na ocasião, que a população de 18 mil habitantes, está consciente do papel da mineração no município. A cidade – a 340 km de Belo Horizonte – vive do cultivo de café, que acontece em quatro meses do ano. A mineração mais ativa traria oportunidades de emprego e desenvolvimento econômico para os moradores de Simonésia. “Nosso município é carente na questão do emprego. Não temos indústrias. Estamos derrubando o estigma de que a mineração é depredadora. Percebemos que a exploração com responsabilidade e com o compromisso de reflorestar a área após o trabalho pode trazer benefícios para a cidade”, informou.
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De acordo com o prefeito, a Mineração Curimbaba (associada do IBRAM) tem proporcionado mais estrutura nacidade. “Já realizamos trabalho de calçamento aqui em Simonésia com recursos da mineradora. E, ainda, há a promessa de mais alguns empreendimentos, como a formação de uma banda de música para crianças aqui na cidade”, comemorou. A empresa, que existe desde 1961, em Poços de Caldas, atua na exploração de bauxita, entre outros minerais, e tem promovido pesquisas na região de Simonésia.
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O mesmo não acontece em Manhuaçu, a 270 km de Belo Horizonte. Aidéia de Eduardo Bazém, do Serviço Autônomo de Água, da prefeitura da cidade, é levar seminários como o da bauxita para sua região, como forma de facilitar a comunicação e esclarecer o papel da mineração. “A Mineração Curimbaba tem feito levantamentos na nossa cidade. A região é extremamente rica e possui grande reserva de bauxita. Acho que havendo os princípios da sustentabilidade e um equilíbrio entre a exploração responsável e o meio ambiente, a mineração pode se transformar em mais um estímulo à economia de Manhuaçu, além do plantio de café”, afirmou.
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Para Eduardo Bazém, a mineração pode beneficiar a região de Manhuaçu,; desde que a população já esteja consciente para receber a novidade. “A população, de 70 mil habitantes, precisa estar informada quanto aos projetos que serão implantados na cidade onde mora”, reafirmou.;
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Representantes da prefeitura de Rio Acima também estiveram presentes ao seminário. A bióloga da Secretaria do Meio Ambiente, Tatiana Andrade Romaskeris, afirmou que a população já está indicando problemas antes mesmo da instalação das mineradoras. Segundo ela, a Mundo Mineração está em fase de construção da fábrica, mas o movimento de caminhões por causa das obras tem gerado reclamações de alguns moradores. Para resolver o problema da poeira, a prefeitura disponibilizou um caminhão-pipa para jogar água nas estradas e diminuir o incômodo.
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“Queremos mais informações sobre a exploração de bauxita. Estamos abertos para o estabelecimento de parcerias com as mineradoras. O nosso município está todo dentro de uma Área de Preservação Ambiental. E este fato preocupa a população. Muitos temem a poluição nas nascentes dos rios. É preciso fazer reuniões com moradores e explicar o trabalho das empresas de mineração. Mostrar a exploração responsável e consciente”, afirmou a bióloga.