Setor mineral ressalta a importância de evoluir em diversidade e inclusão
18/03/22
A importância da indústria da mineração manter atenção e empregar esforços permanentemente para evoluir em termos de diversidade e inclusão é uma unanimidade entre os participantes do encerramento da Diversibram – Semana de Diversidade e Inclusão da Mineração do Brasil, realizada pelo Instituto Brasileito de Mineração (IBRAM), entre os dias 14 e 18 de março.
O evento 100% online e gratuito contou com 14 painéis, 1.100 inscritos, e 3 mil acessos durante os cinco dias. Foi uma oportunidade para debater ações desenvolvidas pelo setor mineral em prol da diversidade, equidade e inclusão (DEI). Paulo Henrique Soares, diretor de Comunicação do IBRAM, ressalta que a “Diversibram 2022 foi uma semana dedicada ao tema com palestras muito ricas e enriquecedoras com a apresentação de variados pontos de vista. Espero que todo esse conhecimento compartilhado seja aplicado no dia a dia do setor mineral”.
O diretor do IBRAM ainda destaca a evolução da mineração brasileira em relação à DEI. “Há três, quatros anos, quando apresentávamos a proposta do tema DEI para o ambiente da mineração, tínhamos uma dificuldade até para pautar o assunto. Hoje, quando colocamos essa demanda nos nossos eventos, são os mais concorridos por iniciativa dasdas empresas, que têm interesse em participar e mostrar o que estão fazendo”, diz.
Para o diretor executivo de Finanças da Mineração Caraíba, Eduardo de Come, o setor mineral ainda é muito tradicional e sempre teve uma vanguarda técnica. Entretanto, quando se fala em DEI nas empresas é necessário evoluir. “É um desafio muito complexo a ser superado para que o nosso setor possa garantir que, finalmente, as pessoas sejam tratadas, reconhecidas, valorizadas da mesma forma, independente de gênero, orientação sexual, etnia. Estamos só começando”, avalia o diretor.
Come ainda fala sobre o trabalho que a Mineração Caraíba vem desenvolvendo nos últimos anos em prol da DEI. “As nossas instalações são da década de 70, quando esse tema nem era cogitado. Temos trabalhado para adaptar a empresa para que a DEI aconteça de forma efetiva e que a gente possa, junto ao IBRAM e às outras empresas do setor, colaborar para que, de fato, a inclusão e a diversidade saiam do campo e ideias e virem realidade nas nossas empresas”, afirma.
Uma das metas estabelecidas pelas mineradoras associadas ao IBRAM na Agenda ESG da Mineração do Brasil é dobrar o número de participação das mulheres no setor mineral até 2030. Empresas com o percentual atual abaixo de 13%, devem chegar a 25%; mineradoras com percentual atual entre 13% e 20%, devem dobrar esse número; e as organizações que atualmente tem mais de 20% de mulheres no seu quadro de funcionários devem aumentar para 45%.
Patrícia Procópio, presidente do Women in Mining Brasil (WIM Brasil), apresentou alguns números presentes no 1º Relatório de Progresso do Plano de Ação de Avanço das Mulheres na Mineração. “Apenas 15% da força de trabalho é feminina, o que representa uma alta de dois pontos percentuais na comparação com 2020. A presença delas em conselhos executivos é de 11% e nos conselhos de administração, 16%
“O relatório traz números muito sérios que mostram a fragilidade do nosso setor em relação à participação das mulheres na mineração. Temos um longo caminho. A gente precisa mudar, aumentar o engajamento, juntar as pessoas que são parte disso. Quando o IBRAM coloca essa meta como compromisso, cria-se não somente um movimento de DEI no setor, mas todo um sistema de discussões e práticas, que é muito enriquecedor”, ressalta Procópio.
Marina Antwarg, gerente de gestão de talentos da Mosaic Fertilizantes e coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) Diversidade e Inclusão do IBRAM, finaliza ressaltando a relevância da Diversibram para a indústria mineral. “É um marco extremamente importante de um processo de educação da DEI do setor mineral. Temos um desafio enorme para os próximos anos e o trabalho do GT do IBRAM continua a todo vapor”, ressalta.
Tendências e desafios para a Diversidade e Inclusão em 2022
O painel “Tendências Diversidade, Equidade e Inclusão 2022” também foi realizado na tarde desta sexta-feira (18). Contou com a palestra da Head de Programas de Diversidade e Inclusão da Tailor, Daniella Barcelos, e moderação da analista sênior de Desenvolvimento Humano e Organizacional da CBMM, Vanessa Silva.
Daniella Barcelos avalia que 2022 é o ano da ação, de fazer acontecer. O mercado de trabalho e a sociedade estão muito mais atentos e exigindo que a hora seja agora. “A pandemia fez as pessoas terem um novo olhar para diversidade e inclusão nas empresas. O debate sobre a questão gerou pautas na mídia, nas mesas de discussões e observamos um avanço muito grande ao se falar sobre isso. As empresas que não estiverem engajadas nisso irão sofrer consequências no futuro”, projeta.
Ela apresentou diversos desafios enfrentados pelas empresas até agora e as tendências para os próximos anos. Dentre eles estão: maior transparência, empatia, alinhar a cultura da diversidade à cultura da empresa, definir processos em relação à DEI e à saúde mental.
No entanto, Barcelos avalia que o principal pilar é a educação e a comunicação. “Toda mudança traz riscos que precisamos mitigar. É impossível acontecer tudo de uma vez. O início é a sensibilização. Então, é preciso ir na educação e na comunicação para que aos poucos as pessoas se sintam parte do processo”
Sobre a Diversibram
Durante os cinco dias, a Diversibram contou com apresentações e debates de muita gente relevante em DEI, tais como:
Janaina Gama, Consultora, Palestrante e Head de Educação Corporativa da Mais Diversidade; Marina Pimenta Spínola Castro, diretora de Relações Corporativas e Líder de Diversidade e Inclusão da Fundação Dom Cabral(FDC); Alessandra Rigueira do SESI/FIEMG; Gael Aleixo, Customer Success Manager do Grupo Gupy/Kenoby; Jaime Caetano de Almeida da FESA; Cris Kerr, Fundadora da CKZ Diversidade; Paulo Henrique Soares, diretor de Comunicação do IBRAM; Raquel Azevedo, responsável pelo Programa de Diversidade e Inclusão da Consultoria Falconi; Alabá Campos, Sócia-Fundadora da Overview Consultoria; Guilherme Bara consultor da MAC Diversidade; e Daniella Barcellos, mentora, consultora, palestrante e Head de programas de Diversidade e Inclusão da Tailor.
Todas as palestras estarão disponíveis por 30 dias na plataforma do evento. Se você não conseguiu chegar a tempo ou quer rever alguma apresentação, clique aqui.