Vale desenvolve mais de 20 aplicativos móveis e aumenta produtividade
06/07/17
Em muitas empresas, principalmente nas indústrias, a tendência é gastar menos tempo em escritórios, atrás da tela de um computador, e mais tempo em campo, desenvolvendo atividades operacionais. Para que isso aconteça a tecnologia mobile é fundamental. A Vale, por exemplo, está desenvolvendo seus próprios aplicativos para que os empregados possam fazer por celular ou tablet as atividades que antes eram realizadas em computadores de mesa ou até mesmo em papel. A “AppStore” disponível na intranet da empresa já conta com 22 aplicativos. Essa mudança representa um ganho enorme de produtividade.
A Vale está usando a tecnologia mobile para fazer o trabalho dos empregados mais eficiente; reduzir custos de manutenção de equipamentos pesados por meio de processos de otimização; alcançar melhores indicadores de saúde e segurança para atingir a meta de dano zero. Conheça quatro atividades feitas na mineradora que se tornaram muito mais fácil com o uso de aplicativos.
1 – Avisar que o conserto de um vagão de trem já está pronto
As oficinas da Vale fazem manutenção de vários equipamentos, como por exemplo os caminhões fora de estrada, que carregam até 400 toneladas de minério de ferro – sua altura é equivalente à de um prédio de dois andares. Ou as centenas de vagões de trem que servem às duas ferrovias que a empresa opera: a Estrada de Ferro Vitória a Minas e a Estrada de Ferro Carajás, que liga Maranhão ao Pará.
Antes da criação do aplicativo, a equipe de Planejamento preenchia uma folha de papel com a ordem de manutenção para os equipamentos e um empregado levava esse papel até a oficina, onde o mecânico descrevia o que era feito, em quantas horas e com quais peças. Em seguida uma pessoa buscava o papel e o levava para o escritório, onde digitava tudo no computador e inseria no sistema.
Mas em 2011 foi criado um aplicativo chamado Siga Brizzo, pelo qual o mecânico recebe a ordem de manutenção de forma online, sem necessidade de papel. Foram distribuídos 2.500 coletores de dados (mais conhecidos como palmtops) e 500 tablets pelos quais os empregados das oficinas consultam a ordem de manutenção, inserem todos os dados do serviço e os reenviam para a área de planejamento. Sem papel e sem retrabalho. Só no ano de 2016 foram economizadas 376 mil horas de digitação, 7,8 mil horas de deslocamento até as oficinas e 2,6 milhões de folhas de papel!
2 – Denunciar que alguém esqueceu uma tampa de bueiro aberta no meio do caminho e assim evitar um acidente
Nas indústrias o assunto de saúde e segurança é coisa séria. A Vale tem a meta de chegar a dano zero: não registrar nenhum acidente com lesão. Para isso, os controles de saúde e segurança vêm sendo reforçados com a ajuda de quatro aplicativos que estão disponíveis aos empregados próprios e terceiros da empresa em todo o mundo.
Um desses aplicativos é usado para inspeções; outro para relatar incidentes ou “quase-acidentes” – é possível até tirar fotos do ocorrido para enviar à equipe que fará uma investigação sobre suas causas com o objetivo de identificar os responsáveis e aperfeiçoar os controles.
Outros dois aplicativos estão disponíveis aos empregados para denunciar situações de risco, que podem ser centradas na matéria (como um bueiro sem tampa ou um corrimão de escada solto) ou na pessoa (por exemplo: um empregado que não está usando o equipamento de proteção individual de forma adequada).
Digamos que um empregado veja um bueiro sem tampa. Antigamente ele teria de preencher um formulário em papel e depositá-lo numa urna. Em seguida um profissional recolhia os formulários, digitava as ocorrências no sistema e só aí a demanda chegava para o setor responsável por solucioná-la. Desde meados deste ano, o empregado já pode acessar um aplicativo em seu telefone pessoal e fazer a denúncia no momento em que notar o problema. Assim, ela chega imediatamente ao responsável. Denúncias como essa são fundamentais para que se tomem providências a fim de evitar acidentes.
3 – Informar que terminou uma viagem de trem de 600 quilômetros entre o Sudeste do Pará e o interior do Maranhão
Imagine que você é um maquinista de trem da Estrada de Ferro Carajás e acabou de terminar sua jornada de trabalho, percorrendo 600 quilômetros entre Parauapebas, no Pará, e Alto Alegre do Pindaré, no Maranhão – o que compreende a maior parte da ferrovia, cuja extensão total até São Luís é de 979 quilômetros. Tudo o que você mais quer é aproveitar seu horário de descanso. Mas, por uma questão operacional, você precisa registrar todas as atividades ocorridas ao longo da viagem, como por exemplo, se ocorreu algum incidente.
Parece simples, mas em algumas paradas ao longo da ferrovia os maquinistas se alojam em hotéis, que nem sempre têm computadores disponíveis. Além disso, em algumas situações o maquinista termina seu percurso de trem e é levado por um motorista da Vale de volta para sua cidade de origem. Antigamente ele tinha de ser levado até a empresa somente para acessar o sistema pelo computador e só então podia pegar um táxi para casa.
Pensando nisso foi desenvolvido um aplicativo de celular em que os maquinistas podem registrar todas as suas atividades de qualquer lugar onde estiverem. Com a novidade eles ganham até uma hora no retorno de suas viagens, eliminando esse deslocamento desnecessário até a sede da empresa.
O aplicativo já está disponível para os maquinistas das Estrada de Ferro Carajás e também da Estrada de Ferro Vitória a Minas.
4 – Indicar quais são os defeitos de um vagão de trem após uma viagem. São mais de 50 defeitos possíveis!
Os trens operados pela Vale viajam 979 quilômetros entre as minas de Carajás, no Pará, onde são carregados com minério de ferro, e o porto de Ponta da Madeira, em São Luís, onde esse produto é embarcado para os clientes. São 330 vagões em cada trem! Quando chegam ao porto, os trens são acoplados a um equipamento chamado “virador de vagões”, que fazem exatamente o que o nome sugere: viram os vagões, despejando o minério numa correia transportadora que seguirá em direção ao terminal de embarque. É nessa hora que dois empregados aproveitam para conferir se há algum defeito nos vagões. Os que têm problemas pequenos vão para as equipes de pátio e, em caso de defeito crítico, o vagão é retido. São mais de 50 defeitos possíveis e ainda é preciso indicar em que parte do vagão está o problema! Por dia costumam ser registrados 139 defeitos por virador.
Antigamente tudo isso era anotado em papel pelo inspetor. Em seguida outro empregado pegava os papéis e passava tudo para o computador. Era um gasto desnecessário de material e uma perda de tempo. E ainda podia acontecer de o responsável pela digitação não entender o que tinha sido anotado pelo inspetor.
No ano passado foi desenvolvido um aplicativo para tablet em que esses dados podem ser inseridos diretamente no sistema pelo próprio inspetor. A novidade começou a ser implantada em abril. A inovação representa ganho de produtividade, com melhor utilização dos recursos humanos, e impacto positivo para o meio ambiente, com o menor uso de papel.
Conheça a estratégia digital da Vale
A tecnologia digital está transformando a forma como trabalhamos e vivemos. Antigamente usávamos mapas de papel. Mudamos para os aparelhos de GPS e em seguida para os telefones celulares que nos mostram o caminho por comando de voz e fazem várias outras funções. Podemos monitorar e até controlar a temperatura das nossas casas a distância usando a Internet das Coisas e a tecnologia mobile. Alguns carros hoje usam análise avançada de dados para prever quando precisarão passar por manutenção e mesmo perguntar ao dono se quer levá-lo à oficina antes que ocorra um problema e ele fique a pé. Essa transformação também acontece na indústria da mineração.
Hoje muitas empresas falam na tecnologia digital e no seu potencial de transformação. Há uma gama de oportunidades para melhorias nos processos corporativos. Para a Vale, como uma mineradora global, o verdadeiro valor do digital está nas áreas operacionais. A Vale está focada em trabalhar na linha de frente do negócio para entender como ela pode beneficiar o empregado no seu trabalho diário nas minas, ferrovias e portos.
A Vale busca implementar uma transformação digital na mineração porque acredita que ela será fundamental para reduzir os custos de forma significativa, aumentar a produtividade de pessoas e equipamentos e reduzir os riscos de saúde e segurança para os empregados. A diretoria da Vale apoia uma estratégia de transformação digital baseada em três pilares: TI Industrial para promover o uso da Internet das Coisas (IoT); análise avançada de dados para prever e solucionar problemas antes mesmo de eles ocorrerem; e mobilidade para liberar os empregados para realizarem atividades operacionais.