A reputação do setor mineral é tema de debate organizado pelo IBRAM e Aberje
21/05/21
A construção da reputação de um setor essencial, como a mineração, envolve diversos elementos. As boas práticas de gestão, o papel da comunicação organizacional, o entendimento e diálogo com os diversos stakeholders são alguns exemplos que devem ser avaliados. Essa foi a temática do 1° encontro do Lab de Comunicação para Mineração – ”Reputação: a sociedade brasileira conhece a mineração do setor de mineração?”, que ocorreu nesta 4ª feira (20/05). O evento é uma parceria entre a Associação Brasileira de Comunicação (Aberje) e o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
O debate contou com a abertura do diretor presidente do IBRAM, Flávio Ottoni Penido, mediação do diretor de Comunicação do (IBRAM), Paulo Henrique Soares, e participação da consultora da ALL+ e professora da Fundação Dom Cabral, Ana Luisa de Castro Almeida; do vice-presidente da The RepTrak Company, Marcus Dias, da professora de Graduação e Pós-graduação na ESPM-Sul, sócia-diretora da Verity Consultoria e diretora do Capítulo Aberje-RS, Rosângela Florczak.
“É fundamental discutirmos sobre os caminhos estratégicos da comunicação no setor mineral e essa parceria do IBRAM com a Aberje proporciona a oportunidade de reunirmos relevantes profissionais da área da comunicação e representantes da Academia para dialogarmos sobre o futuro da mineração brasileira e os desafios para os profissionais de comunicação”, avalia Flávio Ottoni Penido.
Em sua apresentação na abertura do evento, o diretor-presidente do IBRAM, Flavio Penido, contribuiu para a discussão reforçando a importância da mudança de percepção da sociedade sobre a mineração. “As pessoas, muitas vezes, desconhecem os benefícios que a atividade traz para a sociedade como, novas tecnologias e a evolução de processos industriais. O setor desenvolveu a Carta Compromisso Perante a Sociedade com metas bastante desafiadoras para elevar o patamar de sustentabilidade das mineradoras. Também fizemos acordos internacionais assegurando uma capacidade maior de segurança operacional em todas as minas, em todas as ações. Enfim, as práticas de ESG hoje são mandatórias em todos os setores, especialmente no setor de mineração, e o conhecimento e a experiência vão indicar os caminhos para melhorar a forma de nos apresentarmos à sociedade”, afirma.
Para contextualizar a reputação do setor mineral brasileiro, o Marcus Dias apresentou os resultados de estudos realizados pela The RepTrak Company no Brasil para avaliar como a sociedade percebe o setor de mineração no contexto socioeconômico do país. “Entre 2007 e 2008 o setor aparecia com uma reputação forte, um indicador muito bom. Ao longo dos anos seguintes a reputação caiu um pouco, mas se estabilizou em um nível mediano. Após os acidentes de Mariana e Brumadinho a reputação do setor caiu drasticamente. Mas a história que estamos vendo atualmente é de recuperação da reputação do setor. Entre 2019 e 2021, houve um crescimento e a mineração voltou ao patamar de reputação mediano que manteve por cerca de 10 anos”, disse.
“A percepção da sociedade é muito fruto da realidade. Essa percepção não é formada somente por expectativa, mas sim por aquilo que é. A sociedade mudou muito rapidamente e tem um protagonismo muito forte. Com isso, as organizações precisam mudar a sua postura, sua atitude, a sua forma de se relacionar. É importante avaliar se as organizações estão avançando genuinamente ou promovendo ações para a solução de problemas pontuais. É preciso fazer parte da mudança social e do novo capitalismo”, ressalta a professora e consultora Ana Luisa Almeida.
Neste trabalho de gestão da reputação, cada grupo de stakeholder tem suas expectativas, demandas e avaliação do setor. Existe a reputação da mineração sob o olhar da população, colaboradores, imprensa, entidades de classe, fornecedores, lideranças comunitárias, governo, entre outros. Diante disso, a comunicação é fundamental para dialogar e promover o engajamento dos públicos a partir de práticas concretas.
Para a consultora e professora Rosangela Florczak, “as ferramentas tradicionais de comunicação não dão conta mais de atender a complexidade desse mundo em plena metamorfose que estamos enfrentando, dessa busca de protagonismo social, desse ambiente midiático digital e de tantas outras características que se intensificaram na nossa sociedade, especialmente neste momento de pandemia.”
O evento também contou com a participação do vice-presidente de Clientes e Serviços da RepTrak Company na Austrália, Oliver Freedman. Ele falou sobre a comunicação e reputação da mineração australiana, utilizando como base as duas principais mineradoras do país, BHP e Rio Tinto, principalmente neste último ano, e a visão geral do setor mineral australiano durante a pandemia e combate ao Covid-19.
Confira abaixo o vídeo do evento na íntegra: