Atingido acordo provisório em relação ao projeto nuclear da Coreia do Norte
01/10/07
?Importante consenso? Os seis países responsáveis por negociar o projecto nuclear da Coreia do Norte conseguiram chegar a um acordo. Estados Unidos, Coreia do Sul e China estão satisfeitos com a posição alcançada, mas recusam-se a «embandeirar em arco», evitando euforias excessivas. Um acordo provisório sobre a desnuclearização da Coreia do Norte foi atingido nas negociações multilaterais de Pequim, que estão interrompidas para que os seis governos em causa o estudem. ?Realmente, passámos aos detalhes práticos da desnuclearização e o acordo é muito completo, bastante útil?, congratulou-se o negociador norte-americano, Christopher Hill, ontem, antes de embarcar de regresso a Washington, fazendo notar que deverá ser possível um acordo definitivo ?dentro em breve?. Já o negociador sul-coreano, Chun Yung-Woo, referiu-se ao texto como um ?acordo provisório? e o seu homólogo chinês, Wu Dawei, atribuiu-lhe um ?importante consenso?, mas nenhuma das partes forneceu detalhes sobre o conteúdo do documento. ?Vamos torná-lo público o mais depressa possível?, assegurou o negociador chinês. Esta posição comum terá agora de ser validada pelos governos dos seis países (Estados Unidos, Rússia, China, Japão, Coreia do Sul e Coreia do Norte). A Coreia do Norte reafirmou em Julho, durante a precedente sessão de negociações, a sua intenção de fornecer uma lista completa de todos os seus programas nucleares e de desactivar o conjunto das suas instalações atómicas, mas ainda sem calendário preciso. Pyongyang tinha aceite em 13 de Fevereiro último abandonar o seu programa nuclear em troca de uma importante ajuda energética e de garantias no domínio da segurança, quatro meses após ter feito explodir a sua primeira bomba atómica. Em Julho, fechou o seu principal reactor nuclear de Yongbyon em troca de 50 mil toneladas de combustível fornecidas pela Coreia do Sul, aceitando igualmente um regresso dos inspectores da Agência Internacional da Energia Atómica. Também a China entregou na semana passada a Pyongyang a mesma quantidade de petróleo, enquanto que George W. Bush autorizou sexta-feira o fornecimento de 25 milhões de dólares de ajuda energética. A Coreia do Norte deseja uma normalização das suas relações com Washington. Entretanto, noutro ponto do globo, o Parlamento iraniano, acusado pela comunidade internacional de enriquecer urânio com vista à construção da bomba atómica, aprovou a designação de ?organizações terroristas? para a CIA e o Exército dos Estados Unidos, numa resposta à resolução do Senado norte-americano de atribuir designação idêntica aos Guardas Revolucionários do Irão [ver caixa]. Para o Parlamento iraniano, a CIA e as Forças Armadas dos Estados Unidos são terroristas por causa do lançamento de bombas atómicas no Japão; da utilização de munições com urânio empobrecido nos Balcãs, Afeganistão e Iraque; do apoio às matanças de palestinianos por Israel; e do bombardeamento e matança de civis iraquianos e tortura a suspeitos de terrorismo. ?Os agressores Exército dos EUA e a CIA são terroristas e também alimentam o terror?, refere uma declaração subscrita por 215 dos 290 deputados iranianos.
O Primeiro de Janeiro