Caulim produzido no Pará pega carona no crescimento do mercado de tintas no Brasil
05/11/07
O Brasil já é um dos cinco maiores mercados mundiais de tintas e, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati), o crescimento do setor no país este ano poderá chegar a 6% em relação ao ano anterior. Somente no ano passado, foram produzidos 968 milhões de litros do produto, pelas cerca de 300 empresas no ramo espalhadas pelo país, que faturaram juntas mais de 2 bilhões de dólares. Especialistas apontam que a boa maré desse segmento da indústria acontece graças ao incentivo que o Governo Federal está dando ao setor da Construção Civil . O aquecimento do mercado também gera bons negócios para a cadeia produtiva, notadamente para o fornecimento de insumos como o caulim, matéria-prima utilizada como pigmento, que vê o mercado de fornecimento, tradicionalmente dominado por pequenas empresas, mudar de cara com a entrada de grandes empresas na disputa por novos clientes. O Pará, que é produtor do insumo, também está de olho nessa tendência. `O mercado vive um momento bom, em função dos incentivos do governo para a Construção Civil. Além disso, a expectativa é sempre de uma demanda maior no segundo semestre nos estados do Sul e Sudeste, quando ocorre o período de maior consumo`, analisa Marcelo Pampolha, gerente comercial para a América Latina e Japão da CADAM-PPSA, empresa do grupo Vale do Rio Doce que produz caulim no Pará. A CADAM-PPSA opera com uma mina e uma planta industrial de beneficiamento do produto em Munguba, no distrito de Almeirim, e também com uma mina em Ipixuna e outra planta industrial em Barcarena. Hoje, pelo menos 5% da produção da mineradora é destinada à fabricação de tintas. O restante é vendido para a indústria de papel, cerâmica, cosméticos, entre outros. Mas, com o mercado em crescimento, a empresa está investindo no aumento de sua participação, tanto é que, pelo segundo ano consecutivo, marca presença em São Paulo na Exposição Internacional de Fornecedores de Tintas, realizada pela Abrafati. Este ano, a feira aconteceu de 24 a 26 de outubro, no Centro de Exposições Transamérica. Marcelo Pampolha explica que a experiência no Brasil com o mercado de tintas está sendo tão bem sucedida que o aprendizado será transmitido para outros mercados de atuação da empresa, como Europa, Ásia e Estados Unidos. Na opinião do gerente comercial, uma das vantagens de uma grande empresa como a CADAM-PPSA entrar com toda força no setor de tintas é a melhoria nos produtos encontrados no mercado. `A participação de uma grande empresa como a nossa trouxe mais qualidade ao produto. Algumas das empresas que atuavam possuíam pequenos depósitos de caulim e uma produção que não primava pela qualidade`, avalia, acrescentando que, além da qualidade da matéria-prima, a mineradora também preza por quesitos como segurança no trabalho e saúde do trabalhador, atualmente muito valorizados pelos clientes. De uma maneira geral, o mercado de tintas brasileiro gera hoje 16 mil empregos diretos e, do total de sua produção de quase 1 bilhão de litros de tinta, 77% são comercializados como tinta imobiliária, o que perfaz algo entre 59% a 62% da indústria no Brasil. O restante é divido entre tintas para a indústria automotiva (montadoras), tintas para a indústria em geral (eletrodomésticos, móveis, autopeças e outros) e tintas para repintura automotiva.
Pará Negócios