Encontro histórico entre IBRAM, AMIG e fornecedores promete ampliar as possibilidades de investimentos em cidades mineradoras
28/04/22
Nova Lima foi a primeira cidade a apresentar seus atrativos econômicos e sua ambiência para novos negócios para empresários do setor minerário; evento foi realizado em formato on-line, na tarde desta quarta-feira, dia 27 de abril
O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) colocou em prática, na tarde desta quarta-feira, dia 27 de abril, uma iniciativa inédita no segmento minerário. O Instituto deu um importante passo na aproximação entre os fornecedores da cadeia produtiva da mineração e as cidades mineradoras, e promete ampliar as possibilidades de novos negócios nos municípios onde os solos são explorados. Nova Lima foi a primeira cidade a apresentar seus atrativos econômicos e sua ambiência para novos negócios para empresários do setor minerário.
De acordo com Alexandre Mello, diretor de Relações com Associados e Municípios do IBRAM, esse deverá ser apenas o primeiro da série de encontros que deverão ser promovidos com o mesmo objetivo em outras regiões mineradoras. “Trata-se de um projeto vivo, que está apenas começando. A adesão das mineradoras certamente vai acontecer de forma natural na abertura de espaço para as suas cadeias produtivas entrarem no circuito da diversificação econômica das cidades. Apesar de nova, trata-se de uma dinâmica promissora, em que todos saem ganhando: município, segmento minerário e a população”, afirma.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Nova Lima, Abner Henrique, abriu o encontro e apresentou aos empresários os fatores competitivos e os diferenciais de Nova Lima para a geração de novos negócios. Tais como: localização privilegiada, dentro do Quadrilátero Ferrífero e limite com a zona sul de BH, conectada pela Br040, BR356 e Mg030, principais vias de escoamento de produção do Estado. Ressaltou ainda a colocação da cidade como o melhor IDH de Minas Gerais e o 17º melhor do Brasil; o 4º maior PIB da RMBH, que concentra quase 40% do PIB de todo o Estado e o 1º município no Brasil de população até 100 mil habitantes que gerou mais empregos formais em 2021, além da sua ampla rede de negócios local e regional.
Abner apresentou também os principais atrativos econômicos oferecidos pela cidade, entre eles, as ferramentas de fomento como o Fundo de Desenvolvimento Econômico, o qual é abastecido com recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) e um Plano Diretor em revisão, que deve propiciar outras formas de incentivo a novos negócios. O Fundo de Inovação, Núcleo de Projetos Prioritários e programas de Formação de Mão de Obra são também algumas das características pontuadas, endossando a diversificação econômica entre as prioridades do município. “Estamos abrindo um caminho, junto aos fornecedores da mineração, repleto de possibilidades e que, certamente, se tornará modelo para outros municípios mineradores, diante da sua importância para a diversificação econômica local”, afirma Abner.
Estudo inédito
Um levantamento, ÚNICO NO BRASIL, realizado pela Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (AMIG) durante a EXPOSIBRAM, em Belo Horizonte/MG, no ano de 2007, apurou que dos 372 expositores da feira, cerca de 85 eram estrangeiros e 173 não produziam diretamente nos 2 maiores estados mineradores, Minas Gerais e Pará. Os insumos necessários às empresas de mineração eram produzidos em outros estados, com destaque para São Paulo, que concentrava cerca de 50% dos fornecedores do setor, seguido por Minas Gerais, com 36%, e demais estados, com 14% dos fornecedores.
Segundo o consultor de Relações Institucionais, Waldir Salvador de Oliveira, que coordenou o balanço e, na época, ocupava o cargo de presidente da associação, esse resultado é totalmente contraditório a qualquer política de desenvolvimento econômico. “Não tem por que uma empresa que fornece equipamento de proteção individual para a mineração, por exemplo, estar instalada em São Paulo, que não contempla nenhuma etapa do processo minerário em suas terras. Nada mais justo com os municípios que o ciclo que compõe a cadeia produtiva do segmento gere emprego, renda e impostos para as cidades onde a atividade é exercida”, afirma.
Programa de Diversificação Econômica de Nova Lima
Outras estratégias seguem o fluxo da independência financeira na cidade e estão reunidas no Programa de Diversificação Econômica de Nova Lima, que está em construção e será lançado pela Prefeitura no segundo semestre deste ano. O Programa tem como objetivo a promoção do desenvolvimento econômico a partir da atividade minerária, de suas múltiplas cadeias produtivas e de outros potenciais a ela ligados; a atração de empresas com baixo impacto ambiental, aumentando a arrecadação municipal e preparando mão de obra local qualificada para ocupação dos postos de trabalho.