Engenheiros estão em alta no mercado de trabalho
25/02/08
O mercado de trabalho está sorrindo para os profissionais que atendem as áreas de infra-estrutura. Engenheiros, arquitetos, urbanistas, geólogos e técnicos afins encontram oportunidades e salários valorizados. A economia aquecida e o crescimento da demanda por obras fazem com que esses trabalhadores ganhem o título de “os mais bem pagos” atualmente. A Confederação Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) estima que faltam cerca de 3 mil profissionais especializados somente na área de engenharia. “São formados 23 mil engenheiros por ano. Esse número devia ser três vezes maior para corresponder à necessidade atual”, contabiliza Marcos Túlio de Melo, presidente da entidade. Ele avalia que a “supervalorização” do profissional mostra uma falta de estratégia. “O país não se preparou para a demanda. Não houve um planejamento por parte das universidades, com cursos voltados para engenharia naval ou petroquímica. Em alguns casos, é preciso importar funcionários deoutros países”, diz. “Trazemos portugueses e espanhóis para construção civil e engenharia industrial. Na Europa, o boom já passou e sobram profissionais que não têm problemas com o idioma quando chegam ao Brasil”, completa. As áreas em que mais faltam profissionais são: a naval, de petróleo e gás natural, siderúrgica, mineração, construção civil, automotiva e tecnologia e informação. E a realidade é notada tanto no setor privado como no público. O aumento da oferta de emprego reflete em números o que se sabe na prática. A Manager Recursos Humanos registrou crescimento de 38,88% nas oportunidades para engenharia, profissão campeã de anúncios. Foram 7.703 em 2006 e 10.698 no ano passado. Em segundo lugar, está administração de empresas, com crescimento de 4,73% e oferecimento de 6.487 vagas em 2007. Promissor – O ano começa promissor para a categoria, em janeiro, 33,21% das ofertas eram para engenheiros em todo o país. No Distrito Federal, o sistema da Catho apontou crescimento de 16% nas vagas para engenheiros e outros 10% para arquitetos, comparando janeiro deste ano com o mesmo período de 2007. “A indústria está buscando minimizar o déficit habitacional, por meio da construção de imóveis”, argumenta Bruno Goytisolo, diretor-executivo do Grupo Catho em Brasília. O engenheiro civil Eduardo Pereira da Cunha, de 23 anos, se formou no final de 2006. Após cinco meses de estágio na JFR Engenharia, ele foi contratado. Na época ganhava cerca de R$ 500, hoje, somando o salário e outros benefícios, como auxílio-moradia, auxílio-transporte e alimentação, Eduardo contabiliza receber R$ 4,5 mil. “Quando entrei na faculdade os salários eram menores para recém-formados. A categoria ficou desprestigiada por um tempo e volta com tudo”, analisa o engenheiro. Ele lembra que durante o curso universitário não lhe faltaram oportunidades de estágio. “Sempre é preciso indicação, mas desde o terceiro semestre faço estágio. E o mesmo ocorreu com meus colegas.” Eduardo afirma que alguns amigos que se formaram com ele já estão no segundo emprego, com ofertas melhores do que o primeiro. “Um deles mudou de empresa porque foi oferecido um salário maior. Ele não pensou duas vezes”, conta.
Diário de Pernambuco