Exploração de Fosfato: Vale confirma interesse por Itataia
14/11/07
Além da Vale do Rio Doce, a Bunge Fertilizantes e a Galvani Mineração querem explorar mina cearense O presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, já declarou o interesse da companhia pela exploração de fosfato é usado na produção de fertilizantes, reforçando a proposta feita a INB (Indústrias Nucleares do Brasil) para produzir a partir da mina de Santa Quitéria, em Itataia. O executivo avalia que o País precisará mais de fertilizantes em um cenário de aumento da produção de biocombustíveis. Também enviaram propostas à INB a Bunge Fertilizantes e a Galvani Mineração, conforme antecipou, com exclusividade, o Diário do Nordeste, na edição do último dia 8 deste mês, no Caderno de Negócios. A parceria com o setor privado faz parte da estratégia da estatal para garantir o abastecimento das usinas de Angra 1, 2 e 3 em um futuro próximo. O parceiro privado deverá investir recursos da ordem de US$ 110 milhões e a INB, US$ 20 milhões na construção de uma unidade de beneficiamento e tratamento de urânio lavrado. A mina deverá produzir 800 toneladas/ano de urânio. A exploração de fosfato ficará a cargo da iniciativa privada. O fosfato é utilizado na produção de fertilizantes. Urânio Para atender a demanda por combustível nuclear no futuro, a INB pretende retomar em 2008 a prospecção de urânio. O Brasil é apontado como o sexto maior em reservas, mas só tem 30% do território prospectado. O país tem confirmadas 309 mil toneladas, além de estimativas de 150 mil toneladas em outras jazidas. Na avaliação do presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho, existem indícios de mais 800 mil toneladas em reservas no Brasil. Em 2008, será investido R$ 1 milhão para preparar um grupo, treinar e recuperar o material já existente. Em 2009, seria dado início a uma etapa mais agressiva de prospecção. Em 2012, a projeção da INB é de produzir 1,6 mil tonelada/ano de urânio. A valorização do urânio no mercado internacional despertou a atenção do setor minerador. O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) levou à Câmara um pedido de flexibilização do monopólio estatal de pesquisa e lavra de minérios. Atualmente, há monopólio estatal sobre prospecção, exploração, comercialização e enriquecimento. As mineradoras querem entrar nesse mercado. Interesse O preço do produto saltou dos US$ 12 por libra (equivalente a 450 gramas) para cerca de US$ 90 por libra este ano. O Brasil não exporta o produto e não participa do mercado. ´As empresas têm tanto interesse que algumas delas já estão explorando urânio no exterior, como a Vale do Rio Doce, que está na Austrália´´, afirmou Paulo Penna, do Ibram. Além dos planos relacionados à extração de urânio, a INB pretende construir uma fábrica de conversão de urânio em gás com custo estimado em cerca de R$ 200 milhões. Ainda não há local definido.
Diário do Nordeste