França pede a membros da UE que ignorem ONU e reforcem sanções contra o Irã
04/10/07
Paris, 3 out (EFE).- A França pediu aos membros da União Européia que preparem um reforço das sanções contra o Irã, sem esperar uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU, diante da recusa iraniana em suspender suas atividades de enriquecimento de urânio. O pedido consta em carta enviada pelo ministro francês do Exterior, Bernard Kouchner, aos colegas europeus, com o objetivo de ser discutido na reunião de ministros do bloco no próximo dia 15, disseram diplomatas à Efe. Seria a princípio uma ampliação do número de entidades financeiras e pessoas submetidas ao congelamento de bens e proibição de vistos. A eventual ação da UE – dividida sobre a idéia de sanções adicionais -, à margem da ONU, não impede a continuação do processo no Conselho de Segurança. Na carta, Kouchner argumenta que, como as negociações na ONU levarão tempo – Rússia e China são reticentes por enquanto -, os países europeus não podem esperar a adoção de uma nova resolução. O Irã continua avançando no controle da tecnologia de enriquecimento de urânio e, embora o regime xiita alegue que seja exclusivamente para fins pacíficos, o ministeo francês insiste em associar isto a “capacidade nuclear militar”. No mês passado, o porta-voz do Palácio do Eliseu, David Martinon, expressou o desejo de que todos os países da UE adotem “medidas adicionais”, à margem da ONU, para pressionar o Irã. A França tem aconselhado “recomendações” às empresas de países da UE para não concorrerem a licitações no Irã e para reduzirem seus investimentos no país islâmico. Martinon afirmou que “todo mundo sabe” que o programa atômico do Irã “tem alvos militares” e que um conjunto de “indícios muito poderosos” levam a essa conclusão. Na Assembléia Geral da ONU em Nova York, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, tinha advertido para “um risco inaceitável para a estabilidade da região e o mundo” se for permitido que o Irã desenvolva uma bomba atômica.
Agência EFE