Indústria em Tocantins é referência no Norte do País em coprocessamento de resíduos
14/06/17
Uma medida que contribui para reduzir o passivo ambiental no aterro sanitário e as emissões de CO2, o coprocessamento de resíduos é realidade em indústria cimenteira em Tocantins, em Xambioá. Por meio da medida, que consiste em substituir parte do combustível fóssil na fabricação de cimento, são aproveitadas moinhas de carvão de polos siderúrgicos que funcionam em Marabá (PA) e Açailândia (MA), localidades próximas a Xambioá para escoamento dos resíduos. A fábrica também coprocessa produtos e resíduos gerados internamente, como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), embalagens de produtos químicos, pó de serra usados em limpezas de graxa e óleo e estopas.
Além da contribuição ambiental, o coprocessamento tem um papel importante para a saúde, auxiliando a eliminar focos do mosquito da dengue, zika e chikungunya. Para contribuir para combater o mosquito, a fábrica de Xambioá está em fase final de licenciamento para coprocessar pneus picados. A unidade deve ainda coprocessar Revestimentos Gastos de Cubas (RGC), materiais gerados pela produção de alumínio que, por conterem elementos contaminantes podem gerar passivo ambiental se descartados inadequadamente.
Somente de moinhas de carvão, são coprocessados mais de 5 mil toneladas por mês. O coprocessamento de resíduos é realizado em Xambioá desde quando a fábrica foi inaugurada em 2010 pela Votorantim Cimentos. A empresa foi pioneira no País em coprocessamento e utiliza o processo desde 1991, antecipando-se à regulamentação da atividade (Resolução CONAMA Nº 264/99). A empresa também cumpre as normas específicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para a produção de cimentos, como a NBR 11578 e NBR 5732, o que garante a padronização dos produtos e qualidade para o consumidor final.
Em todo o Brasil, a Votorantim Cimentos realiza o coprocessamento em 15 unidades, distribuídas em 11 Estados e no Distrito Federal. A empresa possui como meta global utilizar, em média, 30% de combustíveis não fósseis em suas fábricas até 2020. No Brasil, a Votorantim Cimentos já alcançou o patamar de 16%, em 2015. Em Xambioá, a fábrica estabeleceu para 2017 substituir 40% dos combustíveis fósseis por renováveis, meta que foi superada no mês de abril, quando a unidade obteve o percentual de 49,1% de substituição.
Segundo o assessor de Meio Ambiente da Votorantim Cimentos, Ângelo Zerbini, para 2018 o percentual de substituição poderá ser ainda maior com o coprocessamento de biomassa. “O projeto envolverá o uso de uma variedade específica de cana de açúcar para alimentar o forno de cimento. Com isso, esperamos reduzir ainda mais o consumo de combustível fóssil, chegando bem próximo a uma produção ‘carbono-neutro’, ou seja, utilizando combustíveis renováveis na nossa matriz energética”, afirmou.