Mineração deve receber US$ 32 bi
28/01/08
A onda de fusões e aquisições que, há pelos menos dois anos, varre o mercado brasileiro de mineração está longe de chegar ao fim, apontam especialistas. Segundo cálculos da consultoria KPMG, foram 22 operações envolvendo companhias brasileiras entre 2006 e 2007, volume superior ao registrado nos seis anos anteriores. O movimento, provocado pela disparada nos preços das commodities minerais, deve render ao País investimentos de pelo menos US$ 32 bilhões em ampliação da capacidade de produção até 2011.
Os entrevistados são unânimes em afirmar que novos negócios serão anunciados nos próximos meses, principalmente no segmento de minério de ferro, responsável por 43% dos investimentos previstos para o setor, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Um exemplo são as negociações entre a siderúrgica Usiminas para aquisição do grupo J.Mendes, que produz 6 milhões de toneladas por ano, seguindo tendência de verticalização das atividades já posta em prática pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Jazidas?As empresas estão investindo brutalmente na identificação de novas jazidas?, afirma o presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna. ?Ou elas investem em exploração, que tem prazo de dez anos para dar resultado, ou compram empresas menores e aplicam capital para expandir a produção.? A segunda alternativa tem maior visibilidade, mas Penna diz que a busca por novas reservas também está em alta, com investimentos estimados em US$ 350 milhões em 2007. ?É quase quatro vezes o registrado em 2002.?
O ciclo de investimentos e consolidação é dividido entre os mais diversos minerais, mas, no mercado de minério de ferro, ganhou novas cores depois que a Vale esbarrou nos limites impostos pelos órgãos de defesa da concorrência para sua expansão no País. Enquanto a maior mineradora nacional alça vôos no exterior – primeiro com a compra da canadense Inco, agora com a proposta pela anglo-suíça Xstrata -, seu quintal começa a ser invadido por concorrentes estrangeiros e nacionais, além da recém-criada MMX, controlada pelo empresário Eike Batista.
O exemplo mais recente foi a chegada da Anglo American ao segmento, com a aquisição de projetos da MMX por US$ 5,5 bilhões. A multinacional, que já explorava níquel no País (em Goiás a Anglo explora o minério em Niquelândia e Barro Alto, Norte do Estado), pretende atingir, em dez anos, a capacidade de produção de 100 milhões de toneladas de minério de ferro, volume equivalente ao de Carajás, a maior mina da Vale. (Agência Estado)
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