Norte de Minas define plano para áreas degradadas
25/01/08
MONTES CLAROS – Com o objetivo de definir um plano de ação para a recuperação de áreas de exploração mineral degradadas, representantes de órgãos governamentais e de entidades que atuam no Norte de Minas vão reunir-se hoje, em Montes Claros, com o diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Miguel Antônio Néri. Outra meta é proteger os patrimônios culturais e naturais colocados em risco pela mineração.O encontro será às 14 horas, no auditório do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), e contará com a participação de técnicos de vários órgãos dos governos federal e estadual, organizações não-governamentais (ONGs) e instituições de ensino superior. Estão previstas as presenças de representantes da Promotoria de Defesa do Rio São Francisco, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Ibama e de comitês de bacias hidrográficas.Técnicos do Programa de Gestão de Conflitos Relacionados à Mineração (Gescom), criado no passado pelo Ministério do Meio Ambiente, apresentarão dados de levantamento feito na região sobre os danos causados pela mineração de calcário, quartzo, argila e rochas ornamentais. Segundo a técnica do Gescom no Norte de Minas, Vanessa Veloso, várias áreas de exploração mineral estão causando impacto ambiental negativo, já que, além da falta de manejo correto, grande parte delas teriam sido abandonadas sem a implantação de um programa de recuperação do meio ambiente.De acordo com o levantamento, a região das nascentes dos rios Guavinipan e São Lamberto, entre os municípios de Claro dos Poções, Montes Claros e Bocaiúva, estão em situação mais crítica, por causa da exploração de areia e de cascalho. Ela foi paralisada em várias áreas, mas, por falta de recuperação ambiental, os rios estão sendo assoreados, além do agravamento dos problemas causados por erosões.Segundo o técnico da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Eduardo Gomes, a região da Serra Velha, em Montes Claros, onde há várias nascentes de rios, é uma das mais degradadas. Nos anos 1970, a exploração mineiral na área começou com a retirada de cascalho para a pavimentação da BR-135, que liga Montes Claros a Belo Horizonte. Como o local não foi recuperado, os problemas de erosão vem aumentando, e o Rio Tigre está sendo assoreado.O Gescom, por meio de parceria com outros órgãos governamentais, entidades de classe e instituições de ensino superior, pretende definir um programa de ação para o Norte de Minas, visando conter a degradação do meio ambiente, em função do manejo inadequado das áreas de exploração mineral. «Em parceria com os mineradores, precisamos legalizar a atividade, pois o meio ambiente está sendo prejudicado, com conseqüências negativas para a sociedade», alega Vanessa Veloso.Além de um programa de capacitação dos mineradores para a exploração correta e de recuperação de áreas exploradas no Norte de Minas, os técnicos do Gescom pretendem definir um plano de gestão, fiscalização e controle da atividade na região.
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