Pará tem segundo melhor saldo na balança comercial do país
01/02/08
Com um saldo na balança comercial de US$7,2 bilhões, o Pará assumiu em 2007 a segunda colocação entre os estados brasileiros com superávit em relação ao comércio exterior. O crescimento foi de mais de mais de 20% e as exportações registraram índice positivo de 18%, chegando a US$7,9 bilhões. Valor superior aos US$6,7 bi registrados em 2006. Com os resultados, o Pará assumiu a sexta colocação no ranking dos estados exportadores.Os dados do comércio exterior foram detalhados pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA). O setor mineral mantém a liderança absoluta na pauta de exportações, representando uma participação de 80% entre os 23 segmentos da Balança Comercial. A produção de Manganês (121%) e Bauxita (30%) tiveram o maior crescimento em participação. Índices impulsionados sobretudo pelos reajustes de preço e renegociação dos valores de commodities.Na pauta de exportação, os minerais cresceram 14,58%, enquanto que o ritmo foi mais acelerado, com 17,15% na pauta de produtos tradicionais, representando 15% do total de exportações do Pará. Um dos destaques foi o setor florestal, que conseguiu elevadas exportações, apesar das dificuldades enfrentadas em 2007, como a falta de liberação de projetos de manejo florestais.As exportações do setor cresceram mais de 22% em dólares, mas em toneladas pouco mais de 2%. O setor agregou valor, reajustou preços e adquiriu matéria prima de outros estados para continuar produzindo e manter um bom índice na balança. No total, foram mais de 790 milhões de dólares em valores exportados. Por outro lado, a produção de móveis dá sinais de que precisa ser mais incentivada porque cresceu 5% e obteve vendas de pouco mais de sete milhões de dólares no ano.Outro setor que tem destaque de crescimento nas exportações foi o agronegócio: as vendas de bovinos vivos pelos portos paraenses cresceram mais de 460% e atingiram a marca de US$255 milhões em 2007, contra pouco mais de US$45 milhões em 2006. O índice foi alcançado por conta da comercialização com países como o Líbano e a Venezuela, atual maior compradora de bovino paraense.Entre os 23 segmentos da pauta de exportação, apenas cinco apresentaram preços médios menores em 2007: sucos de frutas (-0,8%), camarões congelados (-6,15%), castanha do Brasil (-19,1%) e palmitos em conserva (-2,33%). Na média, os produtos paraenses subiram 22,9% em 2007. No caso de palmitos em conserva e castanhas, é importante ressaltar o crescimento do volume de vendas, apesar da baixa na cotação internacional. Em toneladas, a venda de palmitos passou de 1,6 mil em 2006 para 2,4 mil toneladas no ano passado. Em relação à castanha do Brasil, o crescimento da venda de toneladas do produto foi ainda maior: passou de 2,6 mil em 2006 para chegar à marca de 4,8 mil toneladas em 2007.”Observamos que o aumento das exportações é contínuo. O ano de 2006 foi atípico pelo alto valor das commodities, mas mesmo a desaceleração não foi suficiente para fazer o Pará crescer abaixo da média nacional. Novamente ficamos acima, com 18% contra 16% de crescimento da média brasileira de exportação”, avalia o presidente da FIEPA, José Conrado Santos.Segundo ele, os números apresentam resultados importantes da indústria paraense. “Vale comemorar esses índices porque 2007 foi difícil, com câmbio defasado, restrições ambientais, portos à beira da saturação e outros entraves. Por isso, mesmo com as dificuldades o Pará manteve bom desempenho na balança e isso é extremamente positivo”, afirma Conrado. O saldo da balança comercial de mais de US$7,2 bilhões revela ainda que o comércio paraense é sobretudo exportador. As importações em 2007 tiveram queda de 0,7% e não passaram de 640 milhões de dólares.
DCI